Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração… (Hb 10.19,20)

“A nova possibilidade, aberta para todos os crentes, é o livre acesso à presença de Deus. Há um caminho que foi inaugurado para nós por Jesus, nosso precursor. Esse caminho é novo, isto é, não existia sob a antiga dispensação, e é vivo ou eficaz. O véu mediante o qual Jesus abriu esse caminho foi Sua carne humana. Pois quando Seu corpo foi partido, em morte sacrifical, o véu do templo, simbólico, foi rasgado de alto a baixo. Portanto, podemos ter a alegre confiança de entrar até à presença de Deus, por meio do sangue (isto é, a morte, ou sacrifício realizado e eficaz) de Jesus.”

O termo “intrepidez”, na versão Almeida Revista e Corrigida, é traduzido por “ousadia”. Na versão da Nova Tradução na Linguagem de Hoje é traduzido por “liberdade” – “Por isso, irmãos, por causa da morte de Jesus na cruz nós temos completa liberdade de entrar no Lugar Santíssimo.”

 Na condição de remidos por meio de Cristo podemos agora nos aproximar de Deus com toda liberdade e confiança. Em virtude do sumo-sacerdócio de Cristo, temos ousadia para chegar ao trono da graça de Deus cheios de confiança.  Como sugere Hebreus 4.16, “acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.”

Essa liberdade de acesso e a franqueza na aproximação de Deus, em oração e comunhão, não entram em choque com a humildade e o temor, pois são devidas inteiramente ao mérito de Cristo, e não a possíveis ou pretensos méritos nossos.

Lamentavelmente, o peso da religião tem impedido a muitas pessoas ter esse relacionamento tão próximo e interativo com Deus. Para muitos, Deus é um conceito abstrato e muito distante; e, a religião, um pesado fardo. Para essas pessoas, a vida cristã não é algo espontâneo, mas uma obrigação; não é algo prazeroso, mas enfadonho; não é algo libertador, mas sufocante; não depende da sinceridade do coração, mas apenas do cumprimento de rituais.

Precisamos, portanto, compreender que, graças à nossa redenção em Cristo, podemos agora ter liberdade para nos relacionarmos com Deus, fazendo isso sem medo, sem constrangimento, sem formalidade. Como diz Paulo, na Carta aos Gálatas, “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.” (Gl 5.1)

A partir desta perspectiva, a vida cristã torna-se uma experiência espontânea, prazerosa e libertadora, vivenciada com sinceridade de coração.

Rev. Eneziel Peixoto de Andrade

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