Jesus chamou os escribas e fariseus de hipócritas, porque eram meticulosos na entrega do dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas negligenciavam os preceitos mais importantes da Lei, a saber: a justiça, a misericórdia e fé. Diante disso, Jesus recomendou: “devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas” (Mt 23.25).

O erro deles residia não no fato de entregarem o dízimo, mas em negligenciar os preceitos mais importantes da lei, como a justiça, a misericórdia e a fé.

Hebreus 7 exalta a atitude de Abraão, que pagou o dízimo a Melquisedeque, e o coloca como exemplo para nós: “Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou, ​para o qual também Abraão separou o dízimo de tudo (…) Considerai, pois, como era grande este a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos” (Hb 7.1,2,4). Esse mesmo texto enfatiza a legitimidade do ministério levítico, que recebia e administrava os dízimos na Antiga Aliança.

Mesmo diante dessas menções, é verdade que não há no Novo Testamento ordenanças explícitas acerca do dízimo como as encontramos no Antigo Testamento. A razão pela qual o Novo Testamento não fecha questão, de forma tão enfática, em relação aos 10% que caracterizam o dízimo é bem simples: é porque, na perspectiva da graça, tudo o que ganhamos é nosso, é do próximo, é de Deus. Portanto, quem não contribui para a obra de Deus, deve ao próximo e deve a Deus.

Aquele que é dizimista comprometido já conseguiu alcançar não o máximo, mas o mínimo, isto é, o limite que escribas e fariseus observavam com rigor nos dias de Jesus. Mas, a nossa visão sobre essa questão precisa ser mais aberta e abrangente:

·      Alguns insistem em falar de dízimo; mas, o Novo Testamento fala da liberalidade que vai além do dízimo;

·      O dízimo é lei que limita; a liberalidade é graça que extrapola;

·      O dízimo, como forma de contribuição, chama o cristão a olhar para quanto ele ganha; a liberalidade o chama a olhar para quanto a causa cristã precisa;

·      O dízimo é visto como obrigação; a liberalidade é vista como privilégio;

·      O dízimo aplaca a consciência; a liberalidade inflama o coração.

Se, porventura, você tem dificuldade em contribuir para a obra de Deus, comece aos poucos… dê o primeiro passo: comece entregando o dízimo. Depois, com certeza, compreenderá o que é graça e liberalidade. Na perspectiva da graça, o dízimo é o mínimo que se espera de cada cristão que verdadeiramente ama a Deus e a sua obra.

Pr. Eneziel P. Andrade
eneziel@hotmail.com

Share →

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *