12/08/1859 – 12/08/2021 | 162 anos

A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) completou na última quarta-feira, 12/08, 162 anos de presença em nosso país.

A Igreja Presbiteriana surgiu na Europa, fundada no século XVI, por João Knox, na Escócia, sob inspiração do sistema doutrinário e eclesiástico desenvolvido por João Calvino, que atuou em Genebra, na Suíça. Graças aos escoceses, os padrões presbiterianos se espalharam para várias partes do mundo.

Por volta de 1620, muitos presbiterianos ingleses, chamados de “puritanos”, emigraram para as colônias norte-americanas e lá criaram várias comunidades presbiterianas. Principalmente os escoceses e irlandeses se estabeleceram na Pensilvânia, Nova Jersey e Virgínia. Em 1706 foi organizado o primeiro presbitério na Filadélfia. Surgiu assim a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos. Essa igreja deu ênfase à educação e cresceu muito nos Estados Unidos e no mundo.

No dia 21 de maio de 1789 reuniu-se pela primeira vez a “Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América”. Naquela época, a Igreja Presbiteriana era a denominação mais influente do país.

Em 1837, foi criada a Junta de Missões Estrangeiras, sediada em Nova York. Cerca de 22 anos mais tarde, essa junta de missões enviaria seu primeiro missionário ao Brasil: Ashbel Green Simonton.

Antes da chegada de Simonton houve duas tentativas de implantação da fé reformada no Brasil. A primeira foi quando os franceses tentaram se estabelecer na Baía de Guanabara, fundando a “França Antártica”. Atendendo pedido de Nicolas Durand de Villegaignon, chefe da expedição, João Calvino e a Igreja Reformada de Genebra enviaram ao Rio de Janeiro, no início de 1557, um grupo de crentes reformados.  Foram enviados os pastores Pierre Richier, com cerca de 50 anos de idade e Guillaume Chartier, um jovem que ainda estudava teologia em Genebra. Nove outros indivíduos foram aceitos no grupo, ao qual se juntou ainda Jean de Léry, sapateiro e seminarista.

Infelizmente, essa tentativa não vingou. Devido a desentendimentos entre eles e Villegaignon, acabaram sendo expulsos; alguns deles foram martirizados.

No século seguinte houve nova tentativa, quando da presença dos holandeses, que ocuparam o nordeste brasileiro (Pernambuco) durante 24 anos (1630-1654). Há informações de que a igreja reformada do Brasil holandês chegou a ter mais de vinte comunidades, dois presbitérios e um sínodo. Porém, com a expulsão dos holandeses, a presença reformada foi completamente destruída.

Foi somente depois da chegada de Simonton, em 1859, que o Presbiterianismo se implantou de maneira definitiva, completando agora 162 anos de presença no Brasil.

Simonton estava com 26 anos quando aqui chegou. Após 18 dias do seu desembarque no Rio de Janeiro, escreveu em seu diário: “Sinto-me encorajado pelo aspecto das coisas e esperançoso com o futuro. Existem indicações de que um caminho está sendo aberto aqui para o Evangelho”.

Em 1862, o jovem missionário seguiu em viagem de férias para os Estados Unidos e casou-se com Helen Murdoch, em Baltimore. Regressaram ao Brasil em julho de 1863. No fim de junho do ano seguinte, Helen faleceu nove dias após o nascimento da sua filhinha, que recebeu o seu nome.

Oito anos depois de sua primeira vinda ao Brasil, quando estava com 34 anos de idade, Simonton morreu vitimado pela febre amarela.

Com o passar dos anos, a igreja americana cresceu e aconteceram divisões. Duas grandes denominações surgiram: a Igreja do Norte (PCUSA) e a Igreja do Sul (PCUS).

Os missionários pioneiros dessas duas igrejas chegaram ao Brasil, respectivamente, em 1859 (Simonton) e 1869 (Edward Lane e George N. Morton). Esses últimos se estabeleceram em São Paulo.

O presbiterianismo do leste de Minas, com núcleo inicial em Alto Jequitibá/MG, e do sul do Espírito Santo teve origem a partir de famílias de imigrantes europeus, em sua maioria oriundas do luteranismo, que acabaram aderindo ao presbiterianismo.

Embora o trabalho de Simonton tenha durado pouco tempo (apenas oito anos e quatro meses), os frutos foram promissores. Estes são os principais feitos de Simonton no Brasil:
·      Criação de um curso de alfabetização para adultos (1860)
·      Instalação (juntamente com Blackford) dos primórdios da “Livraria Evangélica”
·      Organização da primeira Igreja Presbiteriana do Brasil (Rio, 12/01/1862)
·      Lançamento do Jornal “Imprensa Evangélica” (05/11/1864)
·      Participação na organização da segunda Igreja Presbiteriana do Brasil, em São Paulo (1863)
·      Instalação do primeiro Concílio presbiteriano: Presbitério do Rio de Janeiro (16/12/1865)
·      Participação na organização da Igreja de São Paulo. Organizada pelo Rev. Alexander L. Blackford (1865)
·      Ordenação do primeiro pastor protestante brasileiro, o ex-padre José Manuel da Conceição (1865)
·      Publicação do livro de hinos “Cânticos Sagrados”, de autoria do poeta Santos Neves (1867)
·      Fundação do primeiro seminário teológico da América Latina

A IPB conta atualmente com 649.510 membros, sendo 507.933 Membros Comungantes e 141.577 Membros Não Comungantes. Temos hoje 2.805 igrejas organizadas, 2.263 Congregações e 993 Pontos de Pregação. A Igreja tem 4.475 Pastores, 12.622 Presbíteros e 17.140 Diáconos. (Fonte: Dados referentes a 2016 – Site: www.ipb.org.br).

Pr. Eneziel Peixoto de Andrade
eneziel@hotmail.com

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