“Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá” (Sl 139.7-10).

A TV brasileira está repleta dos chamados reality shows, aqueles programas em que os participantes estão sendo vistos e ouvidos todo o tempo, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. Não há privacidade, não há como se esconder. Em todos os lugares lemos: “Sorria, você está sendo filmado”.

O homem sem Deus age como se Este não tivesse o poder de saber o seu agir. Essa atitude só pode ser aplicada ao ímpio, nunca aos crentes. A Palavra de Deus diz que o homem natural não conhece, não entende Deus: “Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente” (1Co 2.14).

O homem natural, sem Deus, age como Adão, como Jonas, achando que seria possível fugir da presença d’Ele, como se fosse possível Deus não saber onde eles estariam, o que estariam pensando e o que teriam feito. Não há sigilo para Deus! O homem natural age dessa maneira por não conhecer o caráter d’Ele; age assim por não ter temor a Deus e não ter a mínima ideia do que acontecerá depois de sua morte.

E o homem espiritual, o crente? Ele é diferente, discerne todas as coisas, pois tem a mente de Cristo (1Co 2.15-16). Isso quer dizer que sabemos que Deus conhece tudo sobre nós e temos condições de saber tudo o que Deus quer que saibamos sobre Ele, através da Sua Palavra e da nova mente que ganhamos na conversão: a mente de Cristo.

Chego à conclusão de que somos infinitamente mais tolos que os ímpios. Eles não têm a mente de Cristo; nós a temos. Eles não discernem as coisas espirituais; nós as discernimos. Somos ainda mais tolos porque sabemos que nada pode ser escondido de Deus e agimos como isso fosse possível. Posso imaginar algumas desculpas que damos a Deus: “Senhor, não tenho condições de dar uma oferta expressiva para a Junta de Missões.” “Preciso comprar algo que eu não posso ficar sem.” “Tenho que priorizar outras coisas que são muito importantes para minha família.” As desculpas podem ser consideradas razoáveis, mas Deus, que conhece tudo, inclusive nossas intenções, sabe que não são verdadeiras, a ponto de se tor-narem prioridade em detrimento de uma oferta missionária sacrificial, ou de um envolvimento com a Obra de Evangeliza-ção.

Não sejamos tolos em mais uma oportunidade de ofere-cermos o melhor de nós para a Obra Missionária. Não vamos ser mais tolos que os ímpios. O nosso Deus sabe tudo o que pensamos, inclusive quando fechamos nossos ouvidos à Sua voz. Saiamos do estado de tolice, pois não há a mínima possibilidade de sigilo para Deus.

Missionário Natanael Menezes Valim

 

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