A história de Calebe começa quando Moisés o escolheu como representante da tribo de Judá, no grupo de doze homens enviados para espiar Canaã (Nm 13.6). Todos eles viram que o solo era fértil e que lá havia muita riqueza. Porém a terra já era habitada por outros povos que, certamente, não deixaram aquela região tão encantadora. Ao regressarem da expedição, eles precisavam dar um relatório sobre o local, mas, para a surpresa de Calebe, a maioria deles (dez espias) não confiou que Deus poderia cumprir a sua promessa. Somente dois confiaram na Palavra de Deus – Calebe e Josué (Nm 13.30; 14.6-8). O primeiro deles, mesmo diante da ferocidade da opinião pública, manteve-se confiante na soberania de Deus: “Então Calebe fez calar o povo perante Moisés e disse: Eia! Subamos e possuamos a terra, porque, certamente, prevaleceremos contra ela. […] o Senhor é conosco; não os temais” (Nm.13.30; 14.9).
Por causa da incredulidade, todo aquele povo morreu no deserto. Eles peregrinaram por quarenta anos e não entraram no descanso que Deus havia prometido aos que cressem (Hb 3.18-19; 4.3). Calebe e Josué entraram. Mas, mesmo assim, Calebe, que tinha confiado em Deus, teve que esperar por mais de quarenta anos para poder entrar na terra prometida. Enquanto isso, ele precisou lutar com perseverança, confiando que Deus um dia lhe daria a sua parte da herança. É edificante observar que a sua alegria e entusiasmo, mesmo aos oitenta e cinco anos de idade, não foram alteradas pelo tempo. Ele continuou crendo na promessa de Deus, mesmo tendo que esperar por quarenta e cinco anos. Daí dizermos que Calebe é um exemplo de confiança.
Observe o seu testemunho: “Tinha eu quarenta anos quando Moisés, servo do Senhor, me enviou de Cades-Barneia para espiar a terra; e eu lhe relatei como sentia no coração. Mas meus irmãos, que subiram, comigo desesperaram o povo; eu, porém, perseverei em seguir o Senhor, meu Deus. Então, Moisés, naquele dia, jurou, dizendo: Certamente, a terra em que puseste o pé será tua e de teus filhos, em herança perpetuamente, pois perseveraste em seguir o Senhor, meu Deus. Eis, agora, o Senhor me conservou em vida, como prometeu; quarenta e cinco anos há desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, já agora, sou de oitenta e cinco anos. Estou forte ainda hoje como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força naquele dia, tal ainda agora para o combate, tanto para sair a ele como para voltar. Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia, pois, naquele dia, ouviste que lá estavam os anaquins e grandes e fortes cidades; o Senhor, porventura, será comigo, para os desapossar, como prometeu. Josué o abençoou e deu a Calebe, filho de Jefoné, Hebrom em herança. Portanto, Hebrom passou a ser de Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, em herança até ao dia de hoje, visto que perseverara em seguir o Senhor, Deus de Israel” (Js 14.7-14).
A confiança de Calebe permitiu-lhe liderar, pessoalmente, as forças que derrotaram os gigantes que habitavam em Hebrom. Ele nunca perdeu a confiança no Deus vivo. Neste início de 2012, a minha oração é para que o Eterno renove a sua fé e esperança, ajudando-o a perseverar com paciência, certo de que a vitória é sua, em nome de Jesus.
Rev. Romildo Lima de Freitas
Pastor da Igreja