Em Colossos, pregadores heréticos tentavam solapar os fundamentos da fé cristã, valendo-se de filosofias pagãs, tradições humanas e a apologia a práticas legalistas, ascéticas e esotéricas. A base teórica das propostas desses líderes heréticos era uma vertente filosófico-religiosa de origem grega, surgida por volta do primeiro século, bastante influente até o quarto século, denominada gnosticismo.
Para enfrentar o problema, Paulo orientou a igreja dos colossenses, apontando as seguintes estratégias:
1. O reconhecimento da supremacia de Cristo
No primeiro e segundo capítulos, Paulo apresenta várias informações sobre a natureza de Cristo e a sua obra. Reconhecendo a supremacia de Cristo, a igreja se blinda contra todo ensino errôneo a respeito da origem do mundo, bem como contra toda proposta redentiva que aponta outros caminhos e meios alheios à obra expiatória de Cristo. Jesus é o Nome acima de todo nome, o único nome pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12; Fp 2.9,10).
2. A convicção quanto à sublimidade da nova vida em Cristo
Paulo introduz a Carta chamando os colossenses de “santos e fiéis irmãos em Cristo” (1.2). Ele dá graças a Deus pela fidelidade demonstrada pela igreja e pela vida frutífera apresentada por aqueles crentes. Epafras, um fiel ministro de Cristo, era o responsável pela boa formação cristã dessa igreja. Foi esse pastor que relatou a Paulo as condições da igreja (1.8).
O apóstolo afirma àqueles irmãos que orava incessantemente por eles para que continuassem progredindo (1.9-12). A vida cristã deve ser vivida “de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado”. A obra realizada por Cristo é sublime demais para ser tratada com descaso (Hb 2.1-3).
A ausência de convicção quanto à sublimidade da nova vida em Cristo faz com que os crentes se tornem relapsos e suscetíveis a heresias, sendo manipulados por aqueles que, em vez de pregarem o genuíno evangelho de Cristo, pregam conceitos filosófico-religiosos antibíblicos e doutrinas de homens. Por isso, a igreja foi exortada a continuar crescendo em Cristo (2.6,7).
3. A rejeição aos preceitos e doutrinas de homens
A igreja não pode se tornar ingênua diante de tantos enganadores que tentam subvertê-la (2.4,8). Ela deve se aperfeiçoar mais e mais em Cristo (2.10). Somente assim ela será capaz de resistir, não se deixando manipular por aqueles que não têm compromisso com o genuíno evangelho de Cristo (2.10-16).
Em sua segunda Carta, João alerta os crentes quanto à ameaça das heresias e orienta sobre como devem ser tratados os hereges (II Jo 2.7-11). As heresias sempre rondaram a igreja. Para se precaverem contra essa ameaça é imperativo que os crentes permaneçam firmes em Cristo (2.6,7).
4. A busca da plenitude em Cristo
No cap. 3.1 a 11, Paulo mostra que o foco da igreja está nas coisas lá do alto, onde Cristo vive, e não nas que são aqui da terra. Por isso, não podemos perder tempo com questões que acabam nos afastando de Cristo. Focando Cristo, devemos nos dedicar a uma vida santa, caracterizada por elevado padrão ético, moral e espiritual, sendo dia a dia revestidos “do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (3.5-11).
5. A preservação da ortodoxia temperada com o amor cristão
No cap. 3.12 a 25, Paulo passa a falar sobre convivência fraternal. A unidade é fator de blindagem da igreja contra as heresias. Quando existem brechas, fica mais fácil para que os inimigos penetrem com suas ideias e práticas perniciosas. Havendo unidade, os crentes têm a chance de crescerem juntos e se fortalecerem mutuamente. Isso se aplica à igreja e à família (3.18-25).
A doutrina temperada com o amor é um recurso eficaz contra qualquer tipo de ameaça à igreja (Ef 4.15,16).
A igreja de Colossos estava resistindo bem porque, além de tudo, era uma igreja unida (1.3,4,8). Heresias de todo tipo estão sempre desafiando a igreja. Por isso, devemos permanecer atentos e vigilantes.
Pr. Eneziel P. Andrade
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