A Bíblia não foi escrita toda de uma vez. Na verdade, ela é a compilação de textos de diferentes épocas, abrangendo um período de mais de 1.100 anos. Cerca de 40 autores, que viveram em épocas e lugares diferentes, foram instrumentalizados por Deus para produzirem o conteúdo da Bíblia.

No ano 90 d.C., os judeus da Palestina, no Sínodo de Jâmnia, definiram como canônicos os 39 livros do Antigo Testamento que atualmente constam em nossas Bíblias. Outros livros que constavam na Septuaginta acabaram ficando de fora, a saber: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1 Macabeus e 2 Macabeus, além dos acréscimos (escritos em grego) aos livros de Ester e de Daniel.

Em 393 d.C., o concílio católico de Hipona definiu como “Divinas Escrituras”, os seguintes livros: Antigo Testamento: Gênesis; Êxodo; Levítico; Números; Deuteronômio; Josué; Juízes; Rute; quatro livros dos Reinos (1 e 2 Reis, correspondendo a 1 e 2 Samuel, 3 e 4 Reis, que correspondem em nossas Bíblias a 1 e 2 Reis); dois livros dos Paralipômenos (complemento), a saber: 1 e 2 Crônicas; Jó; Saltério de Davi (Salmos); cinco livros de Salomão (Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiástico); doze livros dos Profetas (Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias); Isaías; Jeremias (incluindo Lamentações); Baruc; Daniel; Ezequiel; Tobias; Judite; Ester; dois livros de Esdras (o segundo é Neemias); 1 e 2 Macabeus. Novo Testamento: Quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João); Atos dos Apóstolos; Treze Epístolas de Paulo (Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemon); Hebreus; 1 e 2 Pedro; 1, 2 e 3 João; Tiago; Judas; Apocalipse de João.

A definição do Novo Testamento, que já havia sido discutida no Sínodo de Roma (382) e no Concílio de Hipona (393), se deu nos Concílios de Cartago (397 e 419).

Os livros grafados em itálico são os denominados “apócrifos’ (= sem autenticidade). Não constam do cânon hebraico, tendo sido rejeitados também pelos reformadores no século XVI.

Embora o texto bíblico tenha sido escrito por homens, dentro de seus contextos históricos e culturais, a Bíblia não é fruto do mero labor intelectual humano. Pedro declara que “nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo” (II Pe 1.20,21).

 

Pr. Eneziel P. Andrade

eneziel@hotmail.com

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