Você já ouviu falar na “síndrome da mão alheia”? É uma doença causada por um distúrbio neurológico, que é chamada também de “síndrome da mão estranha”. Quem a tem não possui o domínio de uma das mãos e esta age involuntariamente. É como se esse membro tivesse vida própria, podendo fazer qualquer coisa, desde gesticular até desabotoar os botões de uma camisa enquanto a outra mão tenta abotoá-los. A doença também é conhecida como “síndrome da mão anárquica” por sua tendência a fazer o contrário do que a outra mão faz.
Fazendo uma analogia dessa doença com a igreja, percebemos que existem crentes que sofrem dessa síndrome. Ou seja, não se cansam de ser anárquicos, pois vivem em pé de guerra com o corpo de Cristo. Ora ficam afastados dele, não tendo comunhão com ele, ora atrapalham seus objetivos e o agridem, embora ele tenha sido comprado com o sangue do Salvador.
É estranha a atitude de alguns cristãos que buscam uma relação “superficial” com o corpo de Cristo. Alguns não veem problemas nisso, mas a questão é que há alguns aspectos da vida cristã que só podem ser vividos junto ao povo de Deus. A Bíblia diz que não é fácil viver em unidade (Ef 4.3 –“esforcem-se”), mas que é responsabilidade de todos os crentes evitar que a unidade seja perturbada, uma vez que ela foi produzida mediante a morte expiatória de Jesus (Ef 2.14-22). A Palavra de Deus também é clara ao dizer que o corpo de Cristo deve viver em plena unidade e que o nosso modelo de união é o do próprio Senhor Jesus com o Pai (Jo 17.20-23).
Mais estranha ainda é a postura de alguns crentes que vivem na “contramão” do corpo de Cristo. Para eles, nada pode ser unânime. Logo, estão sempre prontos a serem contrários. Se não bastasse isso, vivem buscando novos “aliados” e, com suas reclamações e frustra-
trações sobre a igreja, alimentam outros “companheiros”. Eles nunca cooperam com o corpo e da sua boca não saem palavras de apreciação e preocupação real com a edificação da Igreja. A esses acusadores do povo de Deus Jesus chamou de “pedras de tropeço” (Mt 16.23). Contudo, a súplica do apóstolo Paulo é para que vivamos em constante concordância e paz, buscando nos aperfeiçoar e nos exortando mutuamente (1Co 1.10; 2Co 13.11).
Por fim, estranha mesmo é maneira com que alguns agridem e deixam suas marcas no corpo de Cristo. Geralmente suas agressões são fruto de mágoas, angústias e ressentimentos. Eles não medem esforços para não perdoar verdadeiramente os demais membros. E, com sua postura de falsa santidade, ferem e deixam suas marcas nos outros, fazendo com que se sintam mal. A orientação bíblica é para que nos livremos da amargura e de outros males e, em vez disso, nos revistamos de bondade e piedade, perdoando-nos mutuamente, como Cristo nos perdoou (Ef 4.31,32).
Você tem a “síndrome da mão alheia” e vive com agressões? Se a tem, pretende, de imediato, exterminá-la do corpo de Cristo?
Certamente que o desejo do Eterno é ver o seu povo, que foi comprado e lavado pelo sangue de Jesus, vivendo e trabalhando em plena união. Cada crente, como parte do corpo, deve realizar, com excelência, sua função de acordo com a orientação de Cristo, que é a cabeça.
Rev. Romildo Lima de Freitas