Acredito que enfrentar o falso culto, com seus falsos profetas, é, a princípio, uma tarefa não muito agradável. E, não raro, a antipatia é o menor preço da verdadeira profecia.
Foi assim com o profeta Elias, o qual teve uma difícil tarefa, ficando, inclusive, sob a ameaça feroz da rainha Jezabel, defensora do falso culto.
A situação social, na época do profeta Elias, era de muita insegurança. Conspirações mudavam os governos com frequências inesperadas. Na área social, muita corrupção e injustiça. No aspecto moral, havia acentuada vaidade e o culto ao corpo, evidenciado na própria maquiagem de Jezabel, ficou proverbial. Na teologia e liturgia aconteciam mudanças bruscas, sob a poderosa influência dos cultos vizinhos, principalmente o assírio. O culto de Baal era muito sensual, agradável à vista e às emoções; era de expressão afrodisíaca. Gritos, danças sensuais e ritmos marcavam o tom cúltico.
Nesse contexto, Deus levantou o profeta Elias. Ele não era um homem comum. Sua vestimenta, alimentação e temperamento já mostravam alguém rude e impetuoso. E, sob a orientação de Deus, ele resolveu chamar os profetas de Baal para um desafio. Era o momento do povo de Deus decidir: ou serviam ao Deus verdadeiro, do modo verdadeiro, ou a Baal no seu falso culto. A doutrina deles e seu culto se misturavam com o culto verdadeiro.
Elias rompeu com aquilo. E com ele aprendemos.
Como enfrentar o falso culto
Para enfrentá-lo, devemos, na graça de Deus, ter muita convicção. No versículo 21, o profeta Elias chama o povo a uma convicção: “Se o Senhor é Deus, segui-o…, até quando coxeareis entre dois pensamentos?” Nessa pergunta, já vemos sua fé, isso antes de ver o fogo cair do céu, antes da grande vitória. Elias crê, está convicto, sabe “quem é o verdadeiro Deus”. O povo nada responde; parece não saber;está na dúvida. As pessoas ficam na teologia do “acho”. Não há firmeza; todo o mundo sobe ao muro. Até quando coxear entre dois pensamentos? É preciso convicção, mais profundidade bíblica, mais amor pela verdade e mais paixão pela Palavra de Deus. Elias não tinha dúvida. O povo não tinha resposta.
Para enfrentá-lo devemos ter definição: “Se é… segui-o”. Indefinição é característica do falso culto. Vivemos num mundo de indefinições. Ser definido é, hoje, ser dogmático; ser dogmático é algo, às vezes, detestável. Quem tem a verdade? As filosofias, a comunicação, a experiência, a procura de paz e a boa convivência têm marcado nosso tempo como o período da indefinição. Na área moral, nenhuma censura. Na honestidade, tibieza. Em tudo se procura “fazer média”, manter a aparência, procurar identificação e pontos comuns. Elias chama a uma definição: “Se Baal é o Senhor, segui-o; se Deus é o Senhor, segui-o”. Por que ficar no meio termo, tentando servir a Deus e ao mundo? Precisamos de definições. A igreja se enamora do mundo. Temos visto Igrejas abarcarem as falsas doutrinas como se fossem verdadeiras. É hora de definição moral, teológica e litúrgica. É hora de abandonarmos essa teo-logia do “pode ser palavra de Deus ou não”. É hora de definição.
(Continua na próxima pastoral)
Soli Deo Gloria
Rev. Romildo Lima de Freitas
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