Esse milagre, registrado em João 4.46-54, e também o descrito no capítulo 2, ocorreram em Caná da Galileia. Algum tempo já havia passado desde que Jesus transformara água em vinho. Ambos foram realizados em particular, sem multidão vendo o acontecimento, num contexto familiar. O de Caná foi de alegria (casamento) e o de Cafarnaum de tristeza (enfermidade).
O texto nos apresenta os seguintes personagens envolvidos no milagre: Jesus, o pai ansioso, o filho moribundo, testemunhas, a família e os servos do oficial.
Jesus dirigiu-se, de novo, a Caná da Galileia, que era a cidade natal de Natanael, um de seus discípulos (Jo 21.2), onde é provável que tenham passado a noite. Esse era um lugar já marcado por um grande milagre dele, quando a água foi feita em vinho, seu primeiro sinal milagroso (Jo 2.11). João também nos diz que outro motivo para eles receberem Jesus com boas-vindas foi porque viram tudo o que Ele havia feito na festa da Páscoa.
O texto menciona um oficial do rei, servidor de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia e de Pereia e transmite a ideia de figura eminente, de grande importância, figura ilustre da corte. Não era qualquer um, mas um nobre que tinha livre acesso ao rei.
Alguns teólogos acreditam que esse homem fosse CUZA, cuja esposa era JOANA. Pelo fato de Jesus ter curado seu filho, ambos, passaram a servi-lo com bens, dando-lhe todo apoio e infraestrutura necessários ao crescimento do Seu ministério. Veja o texto de Lucas 8.3: “E Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com seus bens”.
A cidade de Cafarnaum foi construída de forma octogonal, dividida por uma importante estradacomercialque liga o Egito e a Síria a Damasco. Quero destacar alguns pontos sobre Cafarnaum:
1.1 – Ficava ao lado do famoso Lago da Galileia, região pesqueira. Ocupava os confins territoriais de Naftali e ZebulomMt 4.13). Cafarnaum vem do hebraico “Kfar” + “Nachum”, ou seja, “Aldeia (Cidade ou Vila) de Naum” ou “Cidade de Consolo”.
1.2 – Na Cidade havia Coletoria de Impostos – Era onde Mateus trabalhava.
1.3 – Havia uma Sinagoga – Construída pelo Centurião citado em Mateus 8.5-13.
1.4 – Havia uma Centúria – O centurião residia ali e comandava pelo menos 100 soldados romanos. Segundo estudiosos, a cidade não tinha mais do que 1.000 habitantes. A ONU diz que o número ideal de policiais é de 1 para cada 250 habitantes.
Jesus realizou vários milagres de cura em Cafarnaum. Por ex.: Mt 8.5-17 – do criado do centurião; Mt 9.1-8 – de um paralítico; Mt 9.27-31 – de dois cegos; Mt 12.9 – do homem da mão ressequida; Mc 1.21-28 – de um endemoninhado; Jo 4.46-54 – do filho de um oficial; Mt 8.14-15 – da sogra de Pedro. E mais o milagre da moeda no ventre do peixe (Mt 17.24-27).
Quero fazer algumas aplicações, com base em João 4.46-54:
1 – Esse homem foi em busca de cura e não de salvação – v.47 – O oficial estava ansioso pela cura física do filho, pois ouvira que Jesus estava na região. Sua fé baseava-se, de início, inteiramente no relato de terceiros. Ele morava lá em baixo e o assunto que corria era que um profeta, operador de maravilhas, aquele que tinha transformado água em vinho, estava novamente em Caná. Ele nuca vira Jesus, mas acreditava no relatório dos outros. Observe o final do v. 47: “… para curar seu filho”. Ele não percebia a necessidade do próprio coração, a cegueira espiritual em que vivia. Seu desejo era a cura do filho moribundo.
2 – O poder de Jesus está acima do tempo e do espaço – A fé do oficial era tão fraca que restringia o poder de Jesus à Sua presença local. Por isso, sua oração era: Tempo: “Senhor, vem, antes que meu filho morra!” Espaço: Cafarnaum.
3 – A fé que é exercitada cresce e se espalha – v. 53 – Sua fé não só amadureceu: ela foi refletida em toda sua casa. Todos creram em Jesus e foram alcançados pela Sua graça salvadora.
Querido irmão, busque sempre a solução de suas necessidades em Jesus. Procure vencer os obstáculos do caminho. Em nossa vida o que não falta são obstáculos. Vença os impedimentos, supra as barreiras e obedeça às palavras de Jesus. O oficial recebeu dele estas: “Vai para casa. Teu filho vive”. Ele creu e a vitória chegou ao seu lar.
Que o Eterno se compadeça de você, de todos os seus e derrame as bênçãos de que você precisa.
Com carinho,
Rev. Romildo Lima de Freitas