Os milagres de Jesus são registrados nos quatro evangelhos. Cada um deles descreve Jesus de maneira diferente, planejada para apresentá-lo a públicos diferentes.

O evangelho de Mateus foi escrito para os judeus e tenta provar que Jesus era realmente o Messias profetizado no Antigo Testamento; o de Marcos para os romanos e o descreve como o agente de Deus para cumprir a vontade do Pai; o de Lucas para a mente helenista (grega) e o retrata como o cumprimento do ideal grego de excelência – como homem perfeito; o de João para demonstrar a todos que ele era, sem dúvida, o Filho de Deus.

Cada um desses autores ordenou seu material de acordo com seu público alvo e tema. Cada qual escolheu, dentre os milagres de Jesus aqueles que melhor apoiavam o argumento do seu evangelho.

Somos informados de que Jesus fez muitos outros milagres, mas aprouve ao Espírito Santo soprar no ouvido dos autores apenas os narrados. Se você examinar, por exemplo, Mateus 4.23,24; 8.16; 9.35; 12.15; 14.14,35, 36; 19.2 e 21.14 encontrará ali referência a vários.

João 2.1-11 diz que Jesus foi convidado para um casamento em Caná da Galileia e lá realizou o primeiro deles. Os casamentos eram, naquela época, feitos em duas etapas: 1.ª – O noivado envolvia um contrato entre as duas famílias. O casal que noivava era considerado marido e mulher; 2.ª – A união, em si, acontecia um ano depois, quando o noivo ia à casa da noiva com seus amigos e a levava para a dele. Ela era acompanhada de suas amigas. A festa podia durar até uma semana. Os noivos eram tratados como rei e rainha. No contexto judaico era comum às meninas casarem com a idade de 13 a 15 anos.

Quero destacar algumas coisas do texto de João, acima mencionado. Vejamo-las:

O v. 1 diz: “achando-se ali a mãe de Jesus” – Provavelmente Maria fosse parenta ou amiga muito próxima da família, pois ela foi informada de que o vinho tinha acabado;

V. 3: tendo acabado o vinho” – As festas de casamento eram ocasiões alegres, durante as quais os convidados consumiam grande quantidade de alimentos e vinho. Na cultura hebraica o vinho fazia parte do entretenimento dos convidados. Ele era misturado com água para manter o nível de álcool baixo. As regras culturais da sociedade tinham a embriaguez como inaceitável. A maioria das prescrições rabínicas determinava três partes de água para uma de vinho.

V. 3: “a mãe de Jesus lhe disse: eles não têm mais vinho– Ela, de pronto, procurou Jesus para resolver o problema. Por que fez isso, se ele ainda não tinha feito nenhum milagre? a) Para que ele pudesse contribuir na compra de mais algum, pois era comum aos convidados ajudarem; b) Para que ele tomasse alguma providência, pois, nessa altura, José já era falecido e era obrigação do filho primogênito sustentar a casa; nesse caso, atender ao pedido da mãe.

Quero concluir com três aplicações:

Jesus foi convidado para o casamento – A presença e a intervenção dele salvou aquela família de grande constrangimento. A maior necessidade familiar, hoje, é a presença de Jesus. As pessoas não estão precisando tanto de mais dinheiro ou de mais conforto, mas da presença dele.

Mesmo Jesus estando presente, os problemas acontecem – Ele estava na festa, mas, ainda assim, o vinho acabou, o que podia manchar a reputação daquela família. O vinho era símbolo de alegria.

Precisamos recorrer a Jesus, a pessoa certa na hora da crise – Maria o buscou. Ele é a solução de Deus para o lar. Precisamos levar os problemas da família e deixá-los aos pés dele, pois dele vem o nosso socorro.

Que o Senhor esteja sempre presente em nossa casa e que Ele opere os milagres de que necessitamos como família.

Seu pastor.

Rev. Romildo Lima de Freitas

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