A vida cristã é comparada a uma maratona. Assim como o atleta se esforça para ganhar o prêmio e subir ao pódio, todo cristão tem o objetivo de um dia chegar ao céu e receber o prêmio que lhe está preparado desde antes da fundação do mundo. Mas, até entrar nas mansões celestiais, temos de vencer alguns limites ou alguns obstáculos. Consideremos dois deles e um benefício:
O obstáculo da tensão diante das dificuldades − Não é fácil se ver na responsabilidade de desenvolver a salvação (Fp 2.12), de renovar a mente (Rm 12.1,2), de mortificar a carne (Rm 8.13; Cl 3.5) e de se negar a si mesmo para seguir a Cristo (Mt 16.24). Em vista disso, assim como um atleta demonstra tensão diante da responsabilidade da prova, não sabendo se obterá o resultado para o qual treinou, a responsabilidade cristã de seguir o Mestre contra todas as imperfeições desta vida faz com que essa luta seja travada diante da possibilidade real dos “tropeços”, pelo que Pedro nos orienta a sermos diligentes: “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum” (2Pe 1.10). Paulo, pensando na mesma realidade, afirma que travava uma batalha pessoal a fim de não ser desqualificado como servo útil de Deus: “Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar.Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1Co 9.26,27).
O obstáculo da decepção diante das falhas e fraquezas − “Ninguém sabe quanto é mau até ter tentado seriamente ser bom”. A luta pela santificação irá revelar a cada um que nela entrar quão distante ele está de ser a pessoa que desejava. É claro que há avanços, mas cada derrota é sentida com dor. E isso vale para todos, visto que o próprio apóstolo Paulo, exemplo de vida e dedicação para todos os cristãos, conhecia sua fraqueza e a lamentava: “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1.15). Além disso, havia a tristeza pelas derrotas passadas: “Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus” (1Co 15.9). Como não ver em tais palavras a desilusão e a dor de saber que ele lutou contra o que agora defendia? (At 26.10,11).
Desfrute a alegria de se alcançar a vitória − Paulo, apesar de lutar contra as dificuldades, também contabilizou vitórias que obteve pela pura graça de Deus. Ele, dirigindo-se aos crentes da cidade de Filipos, os chama de “minha alegria e coroa” (Fp 4.1 cf. ). O mesmo ele diz aos irmãos de Tessalônica: “Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós? Sim, vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria!” (1Ts 2.19,20). Para o apóstolo, testemunhar a salvação das pessoas a quem pregou era como receber uma medalha, sabendo que poderia dizer: “Não corri em vão, nem me esforcei inutilmente” (Fp 2.16). Se a salvação de pessoas a quem pregou era para ele motivo de comemoração e alegria, o desenvolvimento e crescimento espiritual delas também o eram (Ef 1.15,16; Fp 1.3-5; Cl 1.3,4; 1Ts 1.2,3; 2Ts 1.3; Fm 4,5). Por isso, com a consciência tranquila de ter cumprido sua tarefa e com sensação de vitória, ele proclama, próximo ao final de sua vida: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm 4.7,8).
Quero incentivar você, querido irmão, a não se abater com a dureza deste tempo. Ao errar, arrependa-se e busque o perdão de Jesus e a restauração que ele oferece. Ore, diariamente, clamando por consolo e forças para seguir. E nunca desista de avançar para o alvo de Deus para sua vida.
Seu pastor
Rev. Romildo Lima de Freitas