Na comunidade da fé, a paz e a harmonia entre os membros são valores inestimáveis que refletem a própria natureza de Deus e o propósito de Cristo para a igreja. No entanto, a realidade da vida comunitária muitas vezes nos confronta com conflitos e desentendimentos que podem minar esses ideais. É crucial, então, compreender a importância da superação desses conflitos para a promoção da paz duradoura entre os membros da família da fé.

Em primeiro lugar, devemos reconhecer que os conflitos são uma realidade inevitável da vida comunitária. Mesmo entre irmãos e irmãs em Cristo, diferenças de opinião, personalidades e experiências podem levar a mal-entendidos e tensões. No entanto, a maneira como lidamos com esses conflitos define a saúde e a vitalidade de nossa comunidade.

A Escritura nos oferece orientação clara sobre como abordar conflitos dentro da comunidade da fé. Em Mateus 18:15-17, Jesus nos instrui a buscar a reconciliação pessoalmente com aqueles com quem temos conflitos, em vez de permitir que a discordância se transforme em divisão. Paulo também exorta os crentes em Efésios 4:26 a não deixarem que o sol se ponha sobre sua ira, destacando a urgência de resolver conflitos prontamente para evitar maiores danos.

A superação de conflitos na comunidade da fé não é apenas uma questão de manter a paz superficial; é uma expressão tangível do amor e do cuidado que devemos uns aos outros como membros do corpo de Cristo. Quando nos esforçamos para resolver conflitos de maneira graciosa e humilde, demonstramos o amor de Cristo em ação, fortalecendo os vínculos de comunhão e unidade que nos unem como família da fé.

Além disso, a superação de conflitos na comunidade da fé também tem implicações profundas para nossa própria espiritualidade. Jesus nos adverte em Mateus 5:23-24 que se trouxermos oferendas ao altar, mas tivermos algo contra nosso irmão, devemos primeiro reconciliar-nos com ele. Nossa comunhão com Deus está intrinsecamente ligada à nossa comunhão com os outros membros da família da fé. Portanto, a falta de reconciliação em nossos relacionamentos interpessoais pode criar obstáculos para nossa própria relação com Deus.

Não devemos subestimar o impacto poderoso que a promoção da paz na comunidade da fé pode ter no testemunho do evangelho ao mundo. Em João 13:35, Jesus declara que todos conhecerão que somos seus discípulos pelo amor que demonstramos uns pelos outros. Quando os membros da família da fé são conhecidos por sua disposição de perdoar, reconciliar e amar uns aos outros, isso testifica ao mundo o poder transformador do evangelho de Jesus Cristo.

Em Hebreus 12.14 e 15, encontramos a seguinte exortação: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”.

Em conclusão, a superação de conflitos entre os membros da Igreja não é apenas uma opção, mas um imperativo que reflete nossa chamada para viver em unidade e amor uns com os outros. Ao buscar ativamente a reconciliação e a paz, não apenas fortalecemos nossa comunidade, mas também testemunhamos ao mundo o amor redentor e transformador de nosso Senhor Jesus Cristo. Que possamos, portanto, em todas as coisas, buscar a paz e seguir as coisas que contribuem para a edificação mútua e para a glória de Deus.

Pr. Eneziel Peixoto de Andrade

eneziel@hotmail.com

 

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