Está chegando o mês de maio – MÊS DA FAMÍLIA! Esse é o tempo em que se dá especial atenção à família. Lamentavelmente, a família é uma instituição que está sob ameaça.
O profeta Miqueias, que exerceu seu ministério profético numa época muito difícil, descreve um quadro desalentador, que havia afetado diretamente as famílias de Israel. A impiedade, a falta de retidão, a exploração do próximo, a violência e a falsidade presentes na sociedade haviam se instalado também dentro das famílias: “Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro. Guarda a porta de tua boca àquela que reclina sobre o teu peito. Porque o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, a nora contra a sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa” (Mq 7.5,6).
Porém, o profeta não se limita a descrever tal desalentadora situação. Ele aponta ao povo o caminho da busca por Deus, apregoa a compaixão divina para com o seu povo e ensina a esperança.
Como foi nos dias do profeta, os tempos atuais têm-se mostrado cada vez mais desfavoráveis à família. Será que há esperança para essa instituição? O que fazer quando se percebe que as bases dessa instituição divina vão sendo corroídas? O que a Palavra de Deus tem a nos dizer sobre isso? Vejamos:
· A família precisa ter percepção do tempo em que está vivendo
O mundo mudou muito. Se, por um lado, desfrutamos hoje de conforto e recursos advindos do progresso da humanidade, é inegável, por outro lado, que também vivemos dias difíceis. Vivemos dias que desafiam a família. A crise de paradigmas que caracteriza a pós-modernidade tem solapado os alicerces da família.
Não bastasse a mudança de conceitos, o que influencia diretamente a família cristã, ela também se vê exposta à maldade e violência instaladas na sociedade. A ação de assaltantes, traficantes, estupradores e outros marginais, enfim, a cultura da violência, aflige a família. Às vezes, o perigo está entre os da própria casa.
Diante disso, a atenção da família cristã e a sua fidelidade a Deus precisam se intensificar. O apóstolo Paulo recomenda: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus” (Ef 5.15).
· A esperança da família deve firmar-se no Senhor
Em meio ao desesperador cenário apresentado pelo profeta Miqueias, uma tênue luz começa a brilhar: é a luz da esperança; não a esperança depositada no homem, na sociedade, mas a esperança firmada em Deus: “Eu, porém, olharei para o Senhor; esperarei no Deus da minha salvação: o meu Deus me ouvirá” (Mq 6.7). Se a nossa esperança não estiver firmada no Senhor, fica muito difícil suportar a ação das forças que conspiram contra a família. Por não ter a experiência da esperança voltada para o Senhor, a fim de buscar soluções para os problemas familiares, muitos têm perdido a cabeça, criando situações ainda mais conturbadas para si e para a família.
Na família em que a esperança no Senhor não é cultivada, acontece o que o profeta descreve: “Porque o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, a nora contra a sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa” (Mq 7.6). Devemos, portanto, exercitar mais e mais a esperança no Senhor.
· O Senhor tem uma aliança com a família, o que nos dá forte alento
Diante do caos presenciado à sua volta, o profeta recorre a um argumento teológico para mostrar que a família não sucumbirá ante às ameaças a que se vê exposta. Nos versículos 19 e 20, ele relembra que o povo de Deus é o povo da Aliança. Com base nisso, afirma: “Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Mostrarás a Jacó a fidelidade, e a Abraão a misericórdia, as quais juraste a nossos pais desde os dias antigos” (Mq 7.19,20).
O Senhor tem uma aliança com as famílias do seu povo; e isso é profundamente alentador. Quando chamou a Abraão, Deus firmou com ele um concerto, dizendo: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.2,3). A família cristã é beneficiária dessa Aliança. Portanto, mesmo atravessando dias maus como estes em que vivemos, em que as famílias se veem tão afligidas, não podemos de maneira alguma perder a esperança, pois, o Senhor tem uma Aliança com as nossas famílias.
Confiados no Senhor, prossigamos, dedicando no próximo mês uma atenção especial à família!
Pr. Eneziel P. Andrade
eneziel@hotmail.com