Conforme o texto bíblico de Efésios 4.17 e 18, a conduta dos filhos das trevas é caracterizada pela dissolução. Segundo o Dicionário, “dissolução” significa “perversão de costumes; devassidão; libertinagem”. Aqueles que vivem mergulhados na dissolução caminham em trevas e produzem as obras infrutíferas das trevas. Eles podem ser chamados de “os filhos das trevas”.
O que os leva a viver dissolutamente, é a cegueira espiritual, produzida pelo distanciamento de Deus. Segundo o texto, os dissolutos andam “na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus”. Eles são “ignorantes”, ou seja, não têm conhecimento de Deus e demonstram ter os corações endurecidos. Por isso, tornam-se insensatos, entregando-se à dissolução.
O homem tem diante de si o caminho da dissolução ou o caminho da santificação; o caminho das trevas ou o caminho da luz. Segundo o Rev. Élben M. Lenz César, “Deus não criou o homem tão baixo que não pudesse cair e nem tão alto que não pudesse subir”. O ponto zero da dissolução e da santificação estava em Adão, antes da Queda. Hoje, não se tem mais esse ponto zero de neutralidade absoluta entre o bem e o mal. Todos já nascem com a forte tendência à dissolução, por uma questão de hereditariedade moral, agravada pelo contexto em que se vive.
A dissolução é um processo de decadência moral e espiritual, que leva o indivíduo ao ponto mais distante da luz e mais baixo na escala de valores morais. O caminho dos filhos das trevas produz devassidão, libertinagem, desmoralização, corrupção, perversão e degradação. Ele corrompe segundo as concupiscências do engano, deformando o caráter e levando os homens a praticar a mentira, a desonestidade, o escárnio, a blasfêmia e toda sorte de malícias. Os filhos das trevas, com esse estilo de vida, prejudicam o semelhante e entristecem ao Espírito Santo.
A dissolução destrói o propósito, a beleza e a vontade do ser humano. O indivíduo que se deixa levar por uma vida dissoluta vira um trapo de gente, inútil e desgraçado; perde completamente a sua dignidade.
Por outro lado, os filhos da luz foram revestidos “do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.24). Em virtude disso, são habilitados pelo Espírito Santo a praticar a bondade, a justiça e a verdade, tomando por modelo o próprio Senhor Jesus Cristo (Ef 5.1,2).
A conduta dos filhos da luz é caracterizada pela reprovação de toda obra infrutífera das trevas (Ef 5.11). Eles se esforçam por compreender cada vez mais a vontade do Senhor e buscam a plenitude do Espírito. Consequentemente, passam a desfrutar de uma vida agradável de louvor e gratidão a Deus e de comunhão com a família da fé (Ef 5.15-21).
Na condição de pecadores transformados pela graça de Deus, todos nós somos chamados de forma imperativa a assumir definitivamente a conduta dos filhos da luz: “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz…” (Ef 5.8). Os que ainda não têm andado como filhos da luz são chamados a abandonar, o mais depressa possível, o caminho das trevas: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará” (Ef 5.14).
O caminho das trevas e o da luz são opostos. Se a santificação enaltece, a dissolução rebaixa; se a santificação vai até à glorificação, a dissolução desemboca no embrutecimento.
A graça de Deus, em Cristo Jesus, é o tratamento contra a dissolução. Uma vida de intensa comunhão com Deus nos habilita a crescer em santificação. Segundo a Bíblia, “os que são de Cristo crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24).
Embora estejamos expostos às tentações da escuridão que paira sobre este mundo, temos da parte de Deus a ação do Espírito Santo que nos habilita a optar pela santificação e nos auxilia a desenvolvê-la. A ordem da parte do Senhor é clara: “andai como filhos da luz”! (Ef 5.8).
Pr. Eneziel Peixoto de Andrade
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