A igreja relevante apresenta ousadia também no testemunho. Conforme o relato de Atos 5.27 a 32, “trouxeram-nos, apresentando-os ao Sinédrio. E o sumo sacerdote interrogou-os, dizendo: Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro. Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados. Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem.”
Os apóstolos confrontaram as autoridades judaicas, acusando-as da morte de Cristo: “vós matastes, pendurando-o no madeiro.” Eles aproveitaram a oportunidade para falar da ressurreição (base da pregação cristã), da exaltação conferida pelo Pai ao Cristo ressurreto, da necessidade de arrependimento e da remissão de pecados que Cristo realiza. E fizeram questão de deixar bem claro para o Sinédrio: “Ora nós somos testemunhas destes fatos” (v.32).
É importante lembrar que a palavra “testemunhar” significa “sofrer martírio”. Como porta-vozes de uma igreja relevante, eles testemunhavam com ousadia, mesmo sendo aquele ambiente tão desfavorável. Conforme o v. 33, os membros do Sinédrio, “ouvindo, se enfureceram e queriam matá-los.” Entretanto, mesmo tendo sido ameaçados, açoitados e intimidados, “eles se retiraram do Sinédrio, regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome” – o nome de Cristo (v.41).
É esse testemunho ousado, que vai às últimas consequências, que a igreja é desafiada a evidenciar, também hoje, conforme Apocalipse 2.10: “Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”
Pr. Eneziel Peixoto Andrade