Na pastoral do último domingo afirmei que um dos perigos da Festa Junina na vida espiritual do crente é de perder a identidade como parte do povo de Deus. Hoje, quero elencar mais três perigos, a saber:
O perigo de se apostatar da fé e da promessa – A palavra “apostasia” vem do grego e significa “insurreição” ou “rebelião”. Uma insurreição e rebelião total contra tudo que vem de Deus e, ao mesmo tempo, uma mudança de direção, ou seja, uma aceitação daquilo que vem do “mundo”. Nesse contexto, apostasia não significa violação de leis isoladas, mas a caracterização da rebelião total contra Deus. É notório que essas festividades são para homenagear os santos católicos. Nessas datas as pessoas invocam sua proteção através de procissões e missas, e fazem promessas e pedidos confiando em sua suposta intercessão. Um devoto junino acredita piamente que seus “santos” ouvem suas petições por ocasião destas festividades. Não obstante, temos razões bíblicas para rejeitarmos essas mediações. A Bíblia nos diz que existe um só Mediador entre Deus e os homens: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Esse verso exclui todos os demais mediadores forjados pela mente humana. Se tivermos de pedir alguma coisa a Deus, o nosso intercessor tem de ser Jesus Cristo. Veja o que Ele mesmo diz: “… e tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei” (João 14.13,14).
O perigo de se ficar mais vulnerável ao pecado – A Palavra de Deus ensina que o coração endurecido, empedernido e obstinado faz seus próprios planos, considerando-os sempre bons e apropriados como caminhos (Pv 16.1-3).
Sempre que um povo segue seu próprio coração, Deus não lhe estabelece desígnios de bênçãos nem de vitórias significativas. A decorrência é que fracassam os planos econômicos, vem a falência da saúde, da educação, bem como o enfraquecimento das instituições.
Quem fica na beira, na borda, no limiar, convive mais de perto com o pecado e fica mais suscetível às suas influências.
Muitos têm a tendência a relativizar o pecado, julgando que não tem importância, que devemos nos contextualizar. Tome cuidado para que você não faça parte desse grupo.
“O perigo de se ficar mais vulnerável aos ataques dos inimigos – No princípio, imaginamos que tudo está no nosso controle e que estamos cientes do que está acontecendo, mas, logo a seguir, nos tornamos insensíveis e intocáveis”. Precisamos, depressa, lutar contra a frieza que se instala no coração, por dois motivos básicos: porque ela aborrece o Senhor nosso Deus e nos o torna vulneráveis aos ataques dos inimigos. Podemos citar alguns níveis dessa vulnerabilidade:
1.º ─ O inimigo confia que muitos recuarão diante de uma simples pressão ou resistência em determinada área de nossa vida e, infelizmente, é isso o que ocorre com grande parte dos cristãos;
2.º ─ O inimigo tenta resistir-lhe de forma que você fique infrutífero;
3.º ─ O inimigo tenta resistir-lhe, convidando-o a quebrar a aliança que você tem com seu Senhor.
Amado irmão, que o Todo-Poderoso traga à sua mente que você faz parte do Seu povo e que é de suma importância que você viva como um filho do Rei neste mundo mau e perverso.
Concluo citando o escritor John F. MacArthur Jr., que, certa feita, afirmou: “Se existe algo que a história nos ensina, esse ensino é que os ataques mais devastadores desfechados contra a fé sempre começaram com erros sutis surgidos dentro da própria igreja.” Os piores inimigos da fé cristã são aqueles que se dizem cristãos e não se apegam à fé cristã bíblica.
Os perigos estão aí. Cabe a você decidir, porquanto diante da sua decisão há a sua responsabilidade.
Seu pastor
Rev. Romildo Lima de Freitas