Comprovamos que a evangelização surtiu efeito quando um morto espiritual nasce de novo ao ouvir a Palavra de Deus. Muitos pensam que isso seja simbólico. Porém se trata de uma ressurreição, pois nascemos mortos em delitos e pecados, caminhando em direção ao inferno. Ganhamos vida do alto quando o Espírito Santo age em nós e aceitamos o convite da salvação em Cristo, o que não depende “nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.13).
O Deus Filho se tornou homem para morrer em nosso lugar. Se ele não tivesse vindo ninguém se livraria da condenação. Ele veio para liquidar nossa dívida com Deus e nos transformar de simples criaturas, moldadas do pó da Terra, em filhos do Altíssimo. Passamos a ter um grande privilégio: filhos adotivos de Deus Pai, irmãos do Deus Filho e coerdeiros com Este. A salvação é um “dom gratuito” (Rm 6.23), um presente que recebemos totalmente de graça.
Como filhos de Deus, prerrogativa que jamais perdemos, ficamos com a responsabilidade de levar a Palavra da salvação a todos, indistintamente, a fim de que os escolhidos de Deus, que não sabemos quem são, a ouçam. Muitos ingressam numa Igreja, mas jamais evangelizam. Há quem ache que apenas o bom exemplo seja o suficiente. Ele tem de ser acompanhado da pregação da Palavra.
Por que nossa Igreja cresce pouco? Devemos nos analisar e descobrir o motivo. Temos de ter Palavra de poder. Para tanto, precisamos mudar nossas atitudes, nosso “eu”. Para a evangelização surtir efeito, devemos, de início, eliminar o que não deve fazer parte da vida do cristão, como a calúnia e a fofoca. Onde as há não existe amor verdadeiro. Inimizades e rancores não podem estar em nosso meio, pois demonstram falta de perdão e comunhão. Se não liberamos o perdão também não o recebemos de Deus (Mt 6.14) e as consequências virão sobre nós e sobre a Igreja. Estaremos sendo o entrave para o crescimento do Reino.
Para perdoar não precisamos receber o pedido de perdão. Estêvão morreu rogando por quem o apedrejava. Só temos como perdoar a quem nos ofendeu. Perdoar a quem nunca nos fez nada de ruim é impossível. Se nos sentimos ofendidos, evitemos divulgar o que aconteceu. O que mais fazia certa pessoa, que acabou saindo de sua Igreja, era pegar o telefone e passar para frente o que lhe havia entristecido. Sua atitude infantil provocava problemas. Se você se sentiu magoado com um irmão seu (filho de seus pais), você se afasta dele, deixa-o para lá, fala mal dele com os outros? Não? Por que ser diferente com os irmãos da Igreja? Nem todos nossos familiares estarão conosco no céu, mas os irmãos em Cristo sim. Esqueçamo-nos do que ficou para trás.
Normalmente se cobra dos dirigentes a falta de crescimento da Igreja. Mas devemos nos conscientizar de que a responsabilidade é de todos. Ovelha é quem gera outra ovelha, disse um pastor. Como todos somos ovelhas de Cristo, inclusive os pastores, desse dever ninguém está excluído.
Faça-se esta pergunta: Desde que estou na Igreja fui o instrumento do Espírito Santo para gerar quantas ovelhas? Se cada um de nós houvesse trazido para o nosso meio uma só em 2012, teríamos começado 2013 com o dobro de membros. E se cada um houvesse trazido apenas uma em 2013 teríamos iniciado 2014 não com o triplo em relação a 2012, mas sim com o quádruplo.
Que Deus nos dê ânimo, Palavra de poder, vontade e intrepidez para levar avante sua mensagem.
Roosevelt Silveira