Ser diácono é um privilégio e uma bênção. Mas, com tantos “títulos” no meio da igreja hoje em dia, tais como apóstolos, patriarcas, bispos e outros mais, a função de diácono perdeu a importância na mente de muitos evangélicos. E perdeu também o atrativo. Afinal de contas, para que alguém vai querer ser pastor, diácono ou presbítero por exemplo, se pode, um dia desses, acordar cedo e simplesmente decidir se autonomear apóstolo?

Dos cargos eclesiásticos mencionados na Bíblia, o que mais perdeu força − nestes tempos de “apóstolos” e apóstolas − foi, sem dúvida, o de diácono. Também pudera! Ele é, basicamente, alguém que serve, um homem que se dedica ao suprimento das necessidades da igreja. Como, pois, esse ofício poderia despertar a atenção dos crentes numa época em que cada um (inclusive quem se diz “vocacionado”) anela apenas status e tende a se ocupar unicamente de interesses pessoais?

E, para piorar a situação, é fácil perceber que a crise no diaconato não procede apenas dessa ausência de disposição entre os crentes. Ela advém ainda da demonização da figura do diácono, construída no passado (ele foi pintado como o velho mal-humorado que “dedurava” todo o mundo ao pastor) e, inclusive, por causa da escassez de “material humano” de qualidade. Juntando tudo isso, essa nobre e santa função bíblica entrou em processo de extinção.

Apesar de não conter nenhuma vez a palavra “diácono”, em Atos 6.1-6 é comumente aceito como o trecho bíblico que narra suas origens. Nele, os homens escolhidos tinham como função o atendimento das necessidades de pessoas carentes. Eram, pois, diáconos, no sentido literal da palavra, cujo significado é designativo de um indivíduo que presta serviço ou auxilia. É digno de nota que, no desempenho dessas funções sociais, os primeiros “diáconos” deveriam ser homens que preenchessem estes três requisitos básicos: ter boa reputação; ser cheios do Espírito Santo; e cheios de sabedoria (At 6.3).

Tendo sido instituída com o simples objetivo de aliviar o trabalho dos apóstolos, a função que os diáconos exerciam nos primeiros dias de sua existência sequer tinha um nome formalmente fixado. Como título designativo de um oficial da igreja, só surgiu mais tarde, e é uma variação da palavra grega diakonia (serviço) ou do verbo diakonéo (servir), ambos encontrados em Atos 6.3-4. Com efeito, é nas epístolas de Paulo que encontramos o termo, já evoluído, sendo usado em relação a um grupo restrito de homens que tinham o ofício (Fp 1.1; 1Tm 3.8).

Os diáconos desfrutam a posição que a igreja lhes atribui através da imposição de mãos dos pastores e presbíteros. E essa investidura só pode ser feita após um período de “prova” (1Tm 3.10) em que o candidato é observado pela igreja e por seus líderes.

Assim como ocorre com os pastores, os diáconos só podem exercer esse cargo se preencherem certos requisitos pessoais elencados no Novo Testamento, cuja lista se encontra em 1Timóteo 3.8-13, sobre a qual estarei fazendo uma explanação mais detalhada na próxima pastoral.

Soli Deo Gloria

Rev. Romildo Lima de Freitas

 

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