“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim a que for boa para edificação…” (Ef 4.49).
Há uma relação muito próxima entre o coração e a boca. O Senhor Jesus afirmou: “… Porque a boca fala do que está cheio o coração…” (Mt 12.34). Quando uma pessoa tem um verdadeiro encontro com Cristo, uma das evidências de sua conversão é notada através daquilo que ela fala, ou seja, existe edificação para a sua vida e de seus semelhantes através de sua fala.
O termo “torpe”, usado por Paulo, foi usado também em Mateus 7.17,18 para se referir a “frutos podres”. É uma designação para coisas sem valor, más ou estragadas. É verdade, que nossas palavras não precisam ser “sujas” para serem sem valor.
Que palavras têm saído da nossa boca? Será que são palavras de encorajamento, de fé, de otimismo, de amor, de aconselhamento? Palavras brandas, doces, sábias? Ou será que estamos falando palavras duras, de críticas, murmurações, palavrões, expressões vulgares, palavras tolas e insensatas?
Como será que estamos nos dirigindo aos nossos pais, amigos, colegas, irmãos na igreja, às pessoas em geral? Pela maneira como falamos somos identificados: ou como crentes ou como pessoas do mundo. Como será que as pessoas estão nos identificando pela nossa maneira de falar?
No Salmo 19.14 Davi faz uma oração a Deus dizendo: “As palavras dos meus lábios e o meditar do teu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu.”
Lembremos de que Deus está sempre presente e ouve tudo que falamos. Ele sabe até o que estamos pensando. Nada lhe é oculto. Será que o que estamos falando está alegrando o coração de Jesus?
Paulo, na carta aos Efésios, cap. 5.3, nos exorta, sabiamente, sobre o uso da palavra, dizendo: “Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes, antes, pelo contrário, ações de graças.”
Amado irmão, li certa vez a história das “três peneiras” e quero transcrevê-la abaixo. Dê uma lida nela e reflita:
“Um homem, procurou um sábio e disse-lhe: − Preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito de… Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou: − Espere um pouco. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras? − Peneiras? Que peneiras? − Sim. A primeira é a da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro? − Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram! − Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos então para a segunda: a bondade. O que vai me contar gostaria que os outros também dissessem a seu respeito? − Não! Absolutamente não! − Então suas palavras vazaram, também, a segunda peneira. Vamos agora para a terceira: a necessidade. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa? − Não… Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar. E o sábio, sorrindo, concluiu: − Se passar pelas três, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos”.
Consagremos nossa boca ao Senhor, diariamente, a fim de que ela seja uma bênção para as pessoas que nos cercam e possamos ser edificadores de vidas.
Que a petição do salmista Davi seja a nossa: “Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Sl 141.3).
Seu pastor
Rev. Romildo Lima de Freitas