Esta semana tive o privilégio de conversar com uma família da igreja e, no decorrer da conversa, começamos a compartilhar algumas coisas que causam “temor” ao nosso coração. Pensando nisso, fiquei imaginando que uma das mais desastrosas na vida de um cristão, que é o pecado, não tem sido causa de temor a muitos servos de Deus.
A história da igreja registra algo interessante sobre João Crisóstomo (344-407), famoso bispo da igreja de Constantinopla, que pregou o evangelho verdadeiro na capital do império e se dedicou a ensinar a santidade e a denunciar os pecados, inclusive da corte − especialmente os da imperatriz. Por isso, o imperador romano, incomodado com as constantes reprimendas e com o descontentamento da imperatriz Eudóxia, ordenou sua prisão e passou a planejar seu fim. Nesse sentido, perguntou a um de seus conselheiros: − “O que devo fazer com João Crisóstomo? Lançá-lo em uma masmorra?” − “Não”, respondeu o conselheiro, “pois ele ficará feliz com isso. Ele anseia pela quietude na qual possa se deleitar nas misericórdias do seu Deus.” Assim, o imperador mudou o rumo do tratamento: − “Então, ele deve ser executado!” − “Não”, rebateu o conselheiro, “pois ele também ficará feliz em morrer. Ele declara que, assim que morrer, estará na presença do seu Deus.” “O que devo fazer, então?”, interpelou o imperador. − “Só há uma coisa que lhe causará dor”, explicou o conselheiro. − “Para que João Crisóstomo sofra, faça-o pecar. Ele não teme nada, exceto o pecado.”
Creio que o pecado não causa tanto temor no coração de muitos, hoje em dia, porque várias igrejas, tidas como evangélicas, têm ensinado que Deus é apenas amor e não justiça e santidade. Inclusive, um número incontável de desculpas para se viver na prática do pecado tem sido ventilado por aqueles que anelam continuar longe da santidade proposta pela palavra de Deus. Vejamos algumas:
− “Deus sabe que sou pecador”;
− “Deus me aceita como eu sou”;
− “Deus sabe que a carne é fraca”;
− “É no pecado que a graça de Deus se manifesta”;
− “Jesus é meu Advogado.”
É certo que essas afirmações são verdadeiras, mas nenhuma delas deve ser manipulada a fim de justificar uma vida no pecado.
Devemos, sim, temer pecar, pois o pecado nos afasta de Deus, uma vez que o Eterno é santo.
Devemos, sim, temer pecar, pois o pecado nos leva para longe da comunhão do Eterno.
Devemos, sim, temer pecar, pois o pecado nos rouba a alegria da salvação.
Devemos, sim, temer pecar, pois o pecado nos afasta da palavra de Deus.
Devemos, sim, temer pecar, pois o pecado nos afasta da nossa família e da comunhão da igreja.
Amado irmão, não brinque com o pecado, pois ele não está brincando com você. Fuja daquilo que pode levá-lo a pecar, pois certamente isso irá trazer dor, choro e tristeza para você, sua família e sua igreja.
Soli Deo Gloria
Rev. Romildo Lima de Freitas