A Palavra de Deus apresenta paradoxos que são desconcertantes para os incrédulos ou para aqueles de conhecimento raso da revelação divina. Do ponto de vista humano, dois fatores podem parecer mutuamente excludentes, mas não para Deus. Em Hebreus 11.27, lemos que Moisés “permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível”. Via o invisível? Impossível, nós dizemos. A Bíblia, porém, declara: “porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória; acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem; porque as que se veem são tempo-rais, e as que se não veem são eternas” (2Co 4.17,18).
O invisível é discernido pela fé, como podemos constatar ao ler a carta aos Hebreus: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. De fato, sem fé é impos-sível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se apro-xima de Deus creia que ele exista” (11.1,3,6 – NTLH).
Da mesma forma, a Bíblia fala da possibilidade de se realizar o impossível. Abraão era um homem de fé, de quem se afirma que cria que Deus “dá vida aos mortos e chama à existência coisas que não existem, como se existissem… [que] contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações… Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava cerca de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vitalidade. Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus, estando plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido” (Rm 4.17-21).
Quando os discípulos viram o jovem rico retirar-se com tristeza, por ser dono de muitas propriedades (Mt 19.22), e após Jesus decla-rar que “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mt 19.24), eles perguntaram, com espanto: “Quem pode ser salvo?” (Mt 19.25).
Ninguém pode ser salvo por confiar em si mesmo, em seus méritos ou caráter nem em sua benevolência para com os outros por causa de seu dinheiro. A Escritura é muito clara: “Pois vocês sabem o preço que foi pago para livrá-los da vida inútil que herdaram dos seus antepassados. Esse preço não foi uma coisa que perde o seu valor como o ouro ou a prata. Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro sem defeito nem mancha” (1Pe 1.18,19 – NTLH).
Claro que qualquer pessoa pode ser salva se, em arrependimento e humildade de coração, receber o Salvador. Só que em si mesma isso é impossível, “mas para Deus tudo é possível” (Mt 19.26). Como pode ser? João nos explica: “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.11,12). Para o homem é impossível, mas para Deus tudo é possível. Aleluia!
Soli Deo Gloria
Rev. Romildo Lima de Freitas (Adaptado)