A igreja de Deus é a coluna e baluarte da verdade. Ela é filha da verdade, anda na verdade, é santificada na verdade e embaixadora da verdade. A igreja, porém, tempera a verdade com o amor. Ela fala a verdade em amor. Verdade sem amor fere; amor sem verdade engana. Para ser uma comunidade terapêutica, a igreja precisa falar a verdade e, ao mesmo tempo amar, as pessoas. Nas palavras de Jesus, a igreja “não esmaga a cana quebrada nem apaga a torcida que fumega”. O apóstolo Paulo exorta as igrejas da Galácia: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o, com espírito de brandura, e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl 6.1). Para que a igreja seja uma comunidade terapêutica, alguns princípios devem ser observados à luz do texto supra:

1. Uma igreja terapêutica não faz provisão para o pecado. Aqueles que vivem na prática do pecado não pertencem à igreja de Deus, pois quem vive pecando não conhece a Deus. O pecado na vida do crente é um acidente e não uma prática. O crente não pode pecar deliberadamente, intencionalmente. Não podemos fazer provisão para o pecado e, ao mesmo tempo, pertencer à igreja do Deus vivo. Deus nos salvou do pecado e não no pecado; fomos chamados à santidade e à irrepreensibilidade.

2. Uma igreja terapêutica é conduzida pelo Espírito Santo. Quando Paulo fala: “vós, que sois espirituais” não está referindo-se a uma elite dentro da igreja. Os crentes em Cristo são aqueles que receberam o Espírito (Gl 3.2), nasceram do Espírito (Gl 4.29), andam no Espírito (Gl 5.16), produzem o fruto do Espírito (Gl 5.22,23), e vivem no Espírito (Gl 5.25). A igreja de Deus é uma comunidade terapêutica, porque os crentes, sendo espirituais, são agentes da cura e não instrumentos da morte.

3. Uma igreja terapêutica trata com sensibilidade os que tropeçam. O apóstolo ordena: “Irmãos, se alguém for surpreendido nal-guma falta, vós que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura”. A palavra usada pelo apóstolo procede da medicina. Foi usada no grego clássico para reparar um osso quebrado. Precisamos lidar com tato e sensibilidade com as pessoas que caem. Devemos ser in-transigentes com o pecado, mas cheios de ternura com aqueles irmãos que são surpreendidos por ele. Não podemos esmagar aqueles que já estão quebrados nem ferir ainda mais aqueles que já estão machucados pela queda. A correção ao faltoso precisa ser com espírito de brandura e não com truculência. A disciplina visa à restauração do caído e não sua destruição.

4. Uma igreja terapêutica mantém-se vigilante para não cair em pecado. Paulo diz que devemos nos guardar para não sermos também tentados a cair nos mesmos pecados que reprovamos nos outros. Hipocrisia e soberba são armadilhas perigosas que aprisionam e adoecem a igreja. Seria hipocrisia condenar na vida do irmão o pecado que acariciamos no coração. Somos tendentes a projetar nossos próprios erros em alguém e condenar nesse alguém o que não temos coragem de enfrentar em nós mesmos. Vemos com mais facilidade um cisco no olho do irmão do que uma trave em nosso próprio olho. Coamos mosquitos e engolimos camelos. Uma igreja terapêutica não coloca fardos nas costas das pessoas, mas leva as cargas uns dos outros.

Pr. Hernandes Dias Lopes

(Extraído de seu site)

 

 

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