Na pastoral da semana passada listamos algumas coi-sas que levaram o profeta Elias a ficar deprimido. Então ve-jamo-las: 1.ª – Cansaço físico – O excesso de trabalho provoca o estresse. O profeta estava muito cansado com a excitação do Carmelo (1Rs 18.46); 2.ª – Carência de simpatia – “Eu fiquei só” – exclama (v.14). A solidão de sua posição era chocante. Vivendo a sós com suas meditações, sentia falta de amigos e de apoio humano. Então a autocomiseração e seu complexo de perseguição passa-ram a aumentar; 3.ª – Carência de ocupação – Enquanto ele teve o trabalho de profeta para realizar, mesmo difícil como tal, tudo lhe ia bem. Achava-se útil. Mas sua ocupa-ção acabou-se. Com a desmoralização pública de Baal e a morte dos 450 profetas deste, Elias entendeu que a idolatria em Israel chegara ao fim. A desgraça de um homem começa quando ele se acha inútil. 4.ª – Desapontamento em suas expectativas de êxito – No Carmelo, o grande objetivo pelo qual Elias vivera parecia a ponto de se realizar. Os profetas de Baal foram mortos, Javé foi reconhecido a uma só voz e a falsa adoração foi derrubada. O objetivo de sua vida – a transformação de Israel num reino de Deus – quase foi realizado. Mas, em um só dia, todo esse quadro brilhante foi aniquilado.

Tratamento dado por Deus ao deprimido:

– Deus reuniu as forças exaustas de seu servo, permi-tiu que ele dormisse e o alimentou com refeições miraculo-sas (1Rs 19.5-8). O melhor remédio para a depressão é o descanso.

– Deus permitiu que ele desabafasse o seu pesar (1Rs 19.10). Muitas vezes esse é o maior e o mais imediato

alívio. Elias expôs seu problema e, assim, acalmou a própria mente.

– Deus fê-lo sentir a seriedade da vida: “Que fazes aqui Elias?” (1Rs 19.9). A vida é ação. O profeta estava atuando, mas se lamentando. Tal voz se repete a todos nós, despertando-nos de nosso comodismo e de nossa falta de compromisso.

– Deus lhe contou Boas Novas: “Também conservei em Israel sete mil” (1Rs 19.8). Você não está sozinho, Elias! As-sim, pois, a vida dele não foi um fracasso, afinal de contas.

– Deus lhe deu mais trabalho para fazer (1Rs 19.15-17): ungir outros, pelos quais os propósitos de castigo e de ins-trução do Senhor seriam efetuados. A melhor inspiração, nas horas de depressão, é receber mais responsabilidade das mãos de Deus, para ter sua vocação renovada.

Elias era um herói da fé, mas também era um “vaso de barro” (2Co 4.7). E sua experiência revela que, nos momen-tos mais difíceis da vida, Deus ministra conforto aos seus servos. “O Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossas fraquezas” (Rm 8.26). Graças a Deus! Ele não nos deixa lutar sozinhos.

Soli Deo Gloria

Rev. Romildo Lima de Freitas

 

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