Vivemos em uma sociedade extremamente consumista. O comércio nos impulsiona a ir às compras. As facilidades para comprar e pagar são grandiosas. Inclusive, muitos são aqueles que, mesmo antes de receberem a primeira parcela do 13.º salário, já comprometeram todo ele com presentes para os familiares e amigos.

No mês de dezembro, trocar presentes já virou tradição. Mas de onde veio a tradição de que esse é um período de dá-los e de recebê-los?

Alguns defendem a ideia de que tudo começou quando Jesus nasceu. Guiados por uma estrela, os magos do Oriente chegaram até o menino em Belém e, “prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2.11). Então, ao trocar presentes, as pessoas estariam repetindo a atitude daqueles sábios.

Outros defendem que essa tradição surgiu em Roma. Em dezembro, os romanos celebravam a Saturnália, em honra ao deus Saturno. Parte das festividades era a troca de presentes como forma de se confraternizarem. Então, quando a Igreja Católica Apostólica Romana escolheu o dia 25 de dezembro como a data oficial do nascimento de Jesus, a Saturnália foi terminantemente proibida, em função de suas diversas práticas pagãs e promíscuas. Mas o costume dos presentes foi adotado pelo cristianismo, talvez por remeter os cristãos à atitude dos sábios do Oriente.

Acredito que o ato de presentear pode ser muito bom (Pv 18.16), desde que não sirva para: (a) – alimentar o consumismo (Is 55.1,2); (b) – promover o endividamento (Rm 13.8); (c) – nem, tampouco, para subornar alguém (Pv 17.8).

Quando o que recebemos não é “presente de grego”, é muito bom. Certamente você já ouviu essa expressão. Mas sabe de onde ela veio? Segundo vários historiadores, ela teve origem no poema épico, Ilíada, considerado o mais antigo da literatura ocidental, escrito por Homero, um poeta da Grécia antiga, que nasceu e viveu no Século VIII a.C. Nele, o autor faz referência a um presente, o cavalo de madeira, com o interior repleto de soldados, deixado pelos gregos às portas de Troia. Quando os troianos menos esperavam os militares saíram de dentro do “cavalo de Tróia” e os gregos foram vitoriosos.

Quero sugerir, amado irmão, que, este ano, você invista em algo que vá edificar a vida do seu próximo e que tenha reflexos para a eternidade. Portanto, não lhe dê “presente de grego”.

O Senhor Jesus recomendou aos discípulos:  “Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento” (Mt 10.9,10). Certamente que uma das lições que Jesus lhes estava ensinando era que tirassem os olhos e o coração dessas coisas.

Ele já havia dito antes: “e, à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus. Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.7,8).

Recebemos do Senhor a salvação. Jesus é o nosso grande presente, o qual não nos custou coisa alguma; foi pura graça de Deus. Neste Natal dê presentes aos seus familiares e amigos, mas que sejam presentes que edifiquem.

Há alguém a quem você ainda não falou de Cristo? Alguém que precise de sua atenção, carinho e serviço? Alguém que precise sentir o seu amor? Caso a resposta seja “sim”, aproveite este período e lhe dê um presente que lhe vá edificar a vida.

Soli Deo Gloria

Rev. Romildo Lima de Freitas

 

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