O sofrimento não faz acepção de pessoas, quer você seja rico ou po-bre, branco ou pardo, adulto ou criança. Parece-me que ele ataca, com mais frequência, os bem-sucedidos, quando tudo vai bem conosco.
O apóstolo Paulo passou por grandes tribulações e angústias, algumas tão acima de suas forças que pensou que iria morrer: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobre-veio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de deses-perarmos até da própria vida” (2Co 1.8). Ele, porém, tinha uma visão confortadora dos sofrimentos por que passava. E nos dá alguns ensina-mentos sobre como encontrar ânimo, em Deus, nesses momentos:
1.º – Não se esqueça de que Deus é nosso Pai – Paulo diz: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!” (2Co 1.3). Somos filhos de Deus e recebemos o seu cuidado especial. Deus também é Pai de Jesus e Pai de misericórdias (Sl 51.1; Lm 3.22). Para o judeu, a expressão pai significa “aquele que dá a origem” (Gn 4.21). Deus é a origem da nossa vida e de toda a misericórdia de que necessitamos. D’Ele recebemos conforto e consolação paternais. Quando passarmos por tribulação, deixemos de olhar para o problema e olhemos para Deus (Sl 121.1,2).
2.º –- Creia que Deus rege a vida dos Seus filhos – Paulo, enfren-tando seus sofrimentos, possuía algumas certezas: Deus controla e per-mite as tribulações. Quando coloca seus filhos no forno da provação, Ele é quem controla o termostato ou o termômetro. O tamanho do sofrimen-to nunca é maior que o Seu conforto: “Porque, assim como os sofrimen-tos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo” (2Co 1.5). Deus é o Deus de toda consolação. Quanto mais sofremos, mais Ele nos conforta. Jamais pensemos que as dificuldades na vida do crente são a-cidentais. Deus está no controle. Tudo o que acontece ao cristão é por vontade d’Ele. Veja o que Deus faz por seus filhos:
Deus nos livra das tribulações – Quando somos atribulados e a nossa força acaba, precisamos de um milagre. Paulo diz: “… o qual nos livrou e livrará de tão grande morte; em quem temos esperado que ainda continuará a livrar-nos” (2Co 1.10). Na língua grega, na qual foi escrito o Novo Testamento, o verbo livrar é usado, por Paulo, na voz passiva e em três tempos: passado, presente e futuro. O que significa isso? Deus livrou, livra e livrará o crente de todas as suas tribulações. Ele esteve conosco no passado, está no presente e estará no futuro.
Deus faz de você um consolador – Paulo diz: “É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus” (2Co 1.4). Somos atribulados e consolados por Deus para podermos consolar aqueles que serão atribulados. Quanto mais Deus nos conforta, mais podemos confortar os outros.
Deus é glorificado por meio de nossas tribulações – Quando Paulo contou o livramento que recebeu do Senhor, um grande coro de louvor e gratidão elevou-se a Deus. “Ajudando-nos também vós, com as vossas orações a nosso favor, para que, por muitos, sejam dadas graças a nosso respeito, pelo benefício que nos foi concedido por meio de muitos” (2Co 1.11). Tudo o que acontece ao crente deve promover a glória de Deus.
Que o Eterno, que rege nossa vida, continue nos ajudando, em meio às lutas, e que, como filhos obedientes, possamos consolar aqueles que estão sofrendo, para a glória de Deus.
Soli Deo Gloria
Rev. Romildo Lima de Freitas