Sobre o valor intrínseco das Escrituras, as seguintes questões devem ser colocadas:
· As Escrituras são, por excelência, o meio pelo qual Deus fala
A Bíblia é a Palavra de Deus! Por meio dela, Deus fala aos nossos corações. Comentado a respeito do significado de “Sola Scriptura”, Joel Beeke escreveu: “Os reformadores libertaram a Bíblia da hierarquia católica romana em pelo menos três maneiras: por meio da tradução em vernáculo, como a Bíblia alemã de Lutero; por meio da pregação expositiva, recomeçada por Zwínglio; e por meio da exegese gramático-histórica, mais bem exemplificada pelos comentários de Calvino. Eles ensinavam que a Bíblia é a regra de prática que guia nossos deveres diários. A Escritura é Deus falando conosco como um pai fala com seus filhos, disse Calvino” (BEEKE, Joel. Vivendo Para a Glória de Deus. S. J. dos Campos, Editora Fiel, 2010, p. 151).
· As Escrituras são infalíveis
O salmista declarou: As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre (Sl 119.160). As Escrituras não são uma produção humana. Como afirma Paulo, toda a Escritura é inspirada por Deus (II Tm 3.16).
Pedro afirma que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo (II Pe 1.20,21).
Por ser palavra de Deus, a Escritura Sagrada é infalível e, portanto, fiel e digna de inteira aceitação (I Ts 2.13).
· As Escrituras são poderosas para cumprir os propósitos divinos
Como afirma Hebreus 4.12, a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.
Sendo viva e eficaz, a Palavra cumpre os propósitos divinos: “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55.10,11).
É pela Palavra que o pecador é convencido de seus pecados, experimenta o arrependimento e se rende a Cristo (Rm 10.13-17).
As Escrituras apontam o caminho da salvação em Cristo (Jo 5.39; 20.30,31). Além disso, elas moldam o nosso caráter, como ensina Paulo em II Timóteo 3.16 e 17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.
Pr. Eneziel Peixoto de Andrade
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