Quando se fala dos pré-reformadores, nomes famosos destacam-se, como por exemplo: Arnaldo de Bréscia (1100 – 1155), Dante Alighieri (1265 – 1321), João Wycliffe (1324 – 1384), João Huss (1373 – 1415) e Jerônimo Savonarola.
É importante lembrar, porém, que os nomes acima citados não foram vozes isoladas. Havia um anseio geral por mudanças, traduzido em alguns movimentos populares de cunho reformista, os quais foram cruelmente sufocados pela Igreja. Os principais movimentos reformistas foram:
Petrobrussianos – Movimento liderado por Pedro de Bruys, sacerdote católico que se desligou da Igreja, no sul da França. Praticavam um Cristianismo simples e criam na salvação pela fé. Eram contra a religião institucionalizada, o culto a Maria, o uso de imagens no culto, o celibato e o batismo de crianças. Insistiam na autoridade da Bíblia sobre os pais da Igreja. Pedro de Bruys foi queimado vivo em 1135. Sua obra foi continuada pelo conde D. Henrique, abade de Cluny, que promoveu grande avivamento, sendo depois preso e condenado.
Valdenses – Movimento iniciado no século XII por um rico comerciante de Lyon, França, chamado Pedro Valdo. Valorizavam a vida simples e piedosa, bem como a pureza doutrinária com base somente nas Escrituras. Pedro Valdo foi excomungado em 1184 e morreu em 1217. Seus seguidores foram expulsos e se fixaram nos vales alpinos franceses, na Alemanha, no norte da Itália, e na Europa Central e Oriental. Foram duramente perseguidos. Em 1645, foram mortos uns 2.700 deles no sul da França.
Cátaros ou Albigenses – Movimento surgido no século XIII, no norte da Itália e sul da França. Não se tem informações seguras sobre suas crenças. Rejeitavam os sacramentos, a Trindade e a ressurreição como ensinada pela Igreja. Viviam vida de renúncia e desapego das coisas materiais. Também sofreram intensa perseguição.
Lolardos – Movimento religioso e político desenvolvido no final do séc. XIV e início do séc. XV, pelos seguidores de John Wiclif. Semearam por toda a Inglaterra a Palavra de Deus. Denunciavam as peregrinações, as superstições, as indulgências, os santos e o uso de imagens. Muitos deles foram martirizados.
Irmãos da Vida Comum – Movimento iniciado na Holanda, no séc. XIV, por Gerardo Groot (1340 – 1384), humanista, teólogo e pregador. Primavam pelo estudo do Novo Testamento grego e propunham, como fundamento para qualquer reforma, a esmerada educação da juventude. Deram grande impulso à impressão de livros teológicos. Antes de 1500, já tinham publicado mais de 450 livros.
Esses foram, portanto, cristãos fiéis e corajosos, que lutaram pelo retorno da Igreja à pureza do evangelho. Todos eles sofreram intensas perseguições e foram sufocados de forma impiedosa. Mas, a luta e o sangue derramado não foram em vão. O fermento já estava levedando a massa para a vinda de um novo tempo. É como diz o Evangelho: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna” (Jo 12.24,25).
Rev. Eneziel Peixoto de Andrade
eneziel@hotmail.com