Em Efésios 4.17 a 24, o apóstolo Paulo escreve: “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.”
Mais uma vez, o Brasil cai na folia! É carnaval!
O carnaval é uma festa popular, que não se limita aos sons de instrumentos ritmados nem à beleza das cores e do brilho das fantasias e alegorias; é também a festa dos excessos, em que de forma travestida, ou atrás das máscaras, se dá vazão aos mais ardentes desejos da carne.
É uma festa caracterizada pela dissolução. Segundo o Dicionário, “dissolução” significa “perversão de costumes; devassidão; libertinagem”.
Aqueles que foram remidos pelo sangue de Cristo não compactuam com as propostas do carnaval; não se deixam levar pela sedução da folia; não desejam os prazeres ilusórios que são oferecidos durante essa festa profana. Pelo contrário, almejam a santificação; e o seu prazer está em obedecer a Palavra de Deus e cultivar uma vida de fidelidade ao Senhor.
O que leva os homens a viver dissolutamente é o distanciamento de Deus. Segundo o texto, os dissolutos andam “na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus.” São “ignorantes”, ou seja, não têm conhecimento de Deus e demonstram ter os corações endurecidos. Por isso, tornam-se insensatos, entregando-se à dissolução.
A dissolução alimenta o círculo vicioso da decadência moral e espiritual. Diz o texto bíblico que os gentios “tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza.” A dissolução é um processo de decadência moral e espiritual que leva o indivíduo ao ponto mais distante da luz e mais baixo na escala de valores morais. O caminho da dissolução produz libertinagem, desmoralização, devassidão, corrupção, degradação, perversão, morte. A dissolução destrói o propósito, a beleza e a vontade do ser humano. O indivíduo que se deixa levar por uma vida dissoluta vira um trapo de gente, inútil e desgraçado; perde completamente a dignidade.
O texto bíblico traz uma oportuna exortação: “Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.”
Embora estejamos expostos às tentações do viver dissoluto, temos da parte de Deus a ação do Espírito Santo que nos habilita a optar pela santificação.
Em Romanos 13.13 e 14, o apóstolo exorta: “andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante a todas as suas concupiscências.” Com a graça de Deus, é possível enfrentar e resistir aos apelos da dissolução, mediante o arrependimento e a santificação. O filho pródigo viveu dissolutamente e desperdiçou uma herança inteira com meretrizes. Porém, caiu em si e rompeu com a vida dissoluta (Lc 15.11-32).
A graça de Deus em Cristo Jesus é o tratamento contra a dissolução. Uma vida de intensa comunhão com Deus nos habilita a crescer em santificação. Segundo a Bíblia, “os que são de Cristo crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.” (Gl 5.24)
A Bíblia nos alerta quanto ao fato de que “a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si.” (Gl 5.17). Entretanto, a orientação bíblica é clara e objetiva: “Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.” (Gl 5.16)
Rev. Eneziel Peixoto de Andrade