Todo o contexto do Evangelho de Marcos 5 nos leva a pensar em Jesus como nossa fonte de esperança, pois percebemos que o jovem que tinha uma legião de demônios não tinha esperança de uma vida melhor; a mulher do fluxo de sangue não podia ir ao templo prestar adoração e também não podia gerar filhos em virtude de sua enfermidade ─ portanto, ela vivia sem esperança; Jairo, após procurar todos os recursos possíveis, o que agora lhe gerava esperança no coração era levar sua causa a Jesus.
Ao olharmos para a vida de Jairo, quais lições podemos extrair? Quero listar quatro, para nossa edificação:
Jesus se importa com a nossa dor – Ele atendeu ao convite de Jairo e se dirigiu à casa dele. Quando Jesus vai conosco, podemos ter a certeza de que Ele se importa com nossa dor; aliás, Ele sempre se importa com as pessoas. Percebemos isso também quando nos recordamos da viagem que Ele fez, pelo mar revolto, à região de Gadara para libertar um homem louco e possesso. Agora Ele caminha espremido pela multidão para ir à casa do líder da sinagoga. Mas, no meio do caminho, para e conversa com uma mulher anônima e a liberta do seu mal. Entenda que, mesmo que sua família e seus amigos possam demonstrar que não estão preocupados com sua causa, Jesus se importa com você.
Mesmo Jesus andando conosco, os imprevistos podem surgir – O escritor Adolf Pohl, no seu comentário do Evangelho de Marcos, diz o seguinte: “Enquanto a mulher com hemorragia recebe graça, o pai da moribunda vive o inferno.” Jairo deve ter ficado aflito quando Jesus interrompeu a caminhada à sua casa para atender a uma mulher anônima no meio da multidão. Seu caso requeria urgência. Porém Jesus não estava tratando apenas da mulher enferma, mas também de Jairo. A demora de Jesus é pedagógica. Algumas vezes achamos que Ele está demorando a vir ao nosso socorro. Ao olhamos para João 11 somos informados de que, ao chegar Jesus chegou à aldeia de Betânia, Lázaro já estava sepultado havia quatro dias. Marta pensou que o Mestre estava atrasado, mas Ele levantou o irmão dela da sepultura.
A presença de Jesus não nos isenta de recebermos notícias desagradáveis – Jairo recebe um recado de sua casa: sua filha já morreu. Agora é tarde, não adianta mais incomodar o Mestre. Na visão daqueles homens, as esperanças haviam se esgotado. Eles pensaram: “Há esperança para os vivos; nenhuma para os mortos”. Certamente, ao receber essa notícia, o mundo desabou sobre a cabeça de Jairo. Mas Jesus, sem se importar com palavras dos mensageiros que vinham da casa de Jairo, disse: “Não temas, crê somente”.
Quando nossos recursos se acabam, Jesus nos encoraja a crer somente. As más notícias podem nos abalar, mas não abalam o nosso Senhor. Elas podem pôr um fim em nossos recursos, mas não nos de Jesus. Ele disse a Marta: “Se creres verás a glória de Deus”. Nossas causas irremediáveis e perdidas têm solução nas mãos d’Ele.
O escritor C. S. Lewis diz que “o grande inimigo da fé não é a razão, mas as nossas emoções”. Quando Jairo recebeu o recado da morte da filha, seu coração quase parou, a cor sumiu de sua face e, quem sabe, lágrimas lhe rolaram pelo rosto. Jesus, então, o encoraja a crer, pois a fé ignora os rumores de que a esperança morreu.
Desejo que, assim como Jesus foi a fonte para encorajar Jairo, a presença d’Ele na sua vida possa também lhe dar forças para crer que o amanhã será melhor. Creia que vai valer a pena andar com Jesus e saiba que o céu espera por você.
Seu pastor
Rev. Romildo Lima de Freitas