Após alimentar uma multidão de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças, Jesus despediu o povo. Mandou que os seus discípulos entrassem no barco e fossem para a outra margem do lago da Galileia, em direção a outra cidade, chamada Betsaida. Ele se retirou e foi a um monte orar. Depois de muitos estádios de distância, houve uma tempestade. Os discípulos estavam apavorados e não conseguiam chegar a terra. É nesse contexto que Jesus vai a eles andando sobre o mar. Quais lições podemos extrair desse episódio, à luz do evangelho de Marcos 6.45-52?
1 – Quando ouço e obedeço à voz de Jesus não significa que minha jornada será sem problemas – Jesus não solicitou, mas deu uma ordem para que eles entrassem no barco e fossem para o outro lado. E, ao lhe obedecerem, foram surpreendidos pela tempestade. Certamente é mais fácil entendermos que, quando desobedecemos a uma ordem de Deus e sofremos a consequência, isso é normal. Por exemplo: quando Deus ordenou ao profeta Jonas que fosse falar do seu amor aos ninivitas, ele fugiu e foi atacado por um temporal e, por fim, jogado ao mar. O complicado e difícil de entendermos e aceitarmos é quando, em obediência à Sua voz, somos atacados e sofremos. Exemplificando: o apóstolo Paulo foi escolhido juntamente com Barnabé, pelo Espírito Santo, para realizar a primeira viagem missionária. Contudo, em Listra, ele foi apedrejado e sofreu outros reveses ao longo do seu ministério.
Entenda que as tempestades da vida podem ser inesperadas para você, mas não para o Eterno. As tormentas da vida são instrumentos que Ele usa para trazer lições à sua vida.
2 – O silêncio de Jesus não significa que Ele está longe nem indiferente aos meus problemas; Ele está orando por mim – O texto diz que Jesus foi ao monte orar. Enquanto eles estavam lutando, Jesus orava. Esse quadro nos leva a pensar n’Ele intercedendo por nós, conforme Rm 8.34, e os discípulos, no meio da tempestade, simbolizando a igreja militante enfrentando o mar revolto diariamente.
Saiba que o silêncio de Jesus é sempre pedagógico. Ele foi socorrer os discípulos. E Deus falou a Jó na hora certa. Sempre que Deus se cala é porque nos quer ensinar verdades sublimes. O silêncio de Jesus não significa distância nem indiferença. Ele não deixa de velar por nós nem de nos cercar com o seu cuidado, mesmo quando não ouvimos sua voz. Jesus não estava indiferente ao clamor dos discípulos, mas orando por eles. Hoje, Ele está à destra do Pai, Todo Poderoso, e, mesmo nós não o ouvindo, temos a certeza de que Ele intercede por nós.
3 – A intervenção de Jesus no meio da tempestade acalmará nosso coração e nos levará, seguros, ao nosso destino – Jesus não apenas vem ao nosso encontro na hora da aflição, mas nos socorre e nos leva, seguros, ao nosso destino. Observe que a primeira palavra d’Ele não foi ao vento nem ao mar, mas aos assustados discípulos. Antes de acalmar a tempestade, Ele os acalmou. Disse-lhes: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!” Após lhes acalmar o coração, o vento cessou, a tempestade parou e, logo, eles chegaram ao destino, do outro lado do lago.
Querido irmão, saiba que, assim como Jesus tranquilizou o coração dos discípulos e os conduziu a terra seca, Ele também deseja fazer o mesmo com o seu e abençoar sua vida. Enfrente as lutas, não desista e creia que Jesus está intercedendo por você, que Ele está ao seu lado para lhe dar a vitória de que necessita.
Com carinho,
Rev. Romildo Lima de Freitas