Todos os quatros evangelhos registram o milagre de Jesus ter alimentado 5.000 homens, não contando mulheres e crianças. Alguns estudiosos defendem a ideia de que se concordarmos que o número de homens equivale ao de mulheres, a multidão dobra. E se acrescentarmos as crianças, a contagem total pode chegar a mais de 15.000 pessoas.
Os evangelistas nos informam que, logo após ser informado da morte de João Batista, Jesus se retirou para um lugar deserto e uma multidão o seguiu. Quais lições podemos extrair desse encontro d’Ele com tanta gente em um deserto?
Antes de relacionarmos algumas lições, cremos ser salutar pensarmos no deserto como um teste ou uma tribulação passageira, ou seja, o deserto é um lugar de passagem. Vejamos:
1 – Nos desertos da vida nos encontramos com Jesus – “… sabendo-o as multidões, vieram das cidades, seguindo-o por terra” (Mt 14.13). As pessoas se dispuseram a ir ao encontro dele, mesmo num lugar deserto. Elas sabiam que, lá, encontrariam o Senhor.
Quando olhamos para a Bíblia, em especial o Antigo Testamento, somos informormados de que os desertos da vida são locais de encontro com Deus: Agar, quando foi mandada embora por Abraão – Gn 21; Jacó, quando fugia do seu irmão – Gn 28; Moisés, quando apascentava o rebanho do seu sogro – Êx 3. O Senhor nos encontra nos desertos da vida para nos ministrar sua compaixão e cura (v. 14).
O verbo “compadecer-se” expressa, no Novo Testamento, o grau mais elevado de simpatia pelo que sofre. Ele é usado apenas por Jesus, e denota uma preocupação profunda que se expressa em auxílio ativo.
2 – Nos desertos temos a oportunidade de ser ensinado por Jesus – “… E passou a ensinar-lhes muitas cousas” (Mc 6.34). Normalmente, quando o Senhor quer nos ensinar alguma coisa, Ele nos leva ao deserto. Ele fez isso com o povo de Israel, que lhes entregar a lei (Dt 8.2). No deserto estamos mais sensíveis, nosso coração está mais aberto e maleável para acolher, com mansidão, a Palavra, em nós implantada.
Bem-aventurado o homem que consegue aprender as lições que Deus tem lhe ensinado nos desertos da vida.
3 – Nos desertos da vida somos levados a reconhecer nossas limitações – “… não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.” Com essa resposta, eles estavam reconhecendo suas limitações, para alimentar a multidão. Quando eles afirmaram: “Tudo o que temos aqui são cinco pães e dois peixes”, o que merece ênfase é que eles deram uma resposta que não procedeu de fé, mas de quase desespero: “Tudo o que temos aqui é…” Literalmente: “Não temos (nada) aqui, exceto cinco pães e dois peixes.”
Se Jesus está conosco, podemos permanecer no deserto o tempo que for necessário para conhecê-Lo como ainda não o conhecíamos. O milagre d’Ele dá-se quando o homem decreta a sua falência. Eles tinham um déficit imenso. Era um orçamento desfavorável: cinco pães e dois peixes para alimentar uma multidão.
4 – Nos desertos da vida devemos aprender a depender Jesus e da sua bênção – “… erguendo os olhos, os abençoou…” (Mt 14.18-20). Jesus dá graças pela provisão e a entrega aos discípulos, que a distribuem. Precisamos aprender com Ele a dar graças pelo pouco e não a murmurar. Jesus agradeceu ao Pai pelo pouco que tinha e ainda por aquilo que Ele faria naquele momento. O Senhor espera que levemos o pouco ao seu encontro. Não importa o que temos. O de que precisamos é colocar tudo em Suas mãos. Ele é a pessoa capaz de suprir todas as nossas necessidades.
Quero desafiá-lo a ir ao encontro de Jesus. E tenha a certeza de que você será recebido por Ele. Creia que suas necessidades serão supridas, pois Ele é o pão da vida.
Seu pastor
Rev. Romildo Lima de Freitas