Desde o dia 6 de julho os candidatos que vão disputar as eleições em outubro estão autorizados a fazer propaganda eleitoral. Mas as feitas pelo rádio e TV começaram no dia 19 de agosto. Nesse período, muitos candidatos tentaram, de tudo, para ganhar o voto do eleitor com o desejo de serem eleitos ou reeleitos. Só no nosso Estado, são cerca de 5 candidatos ao Governo, 6 ao Senado, 189 a Deputado Federal e 558 a Deputado Estadual.
Uma pesquisa apontou que a classe dos políticos é uma das menos acreditadas no País. E é nesse cenário desanimador que o crente é desafiado a praticar seu dever cívico, com responsabilidade. Diante disso, alguns acreditam que a única saída é votar em branco ou anular o voto. Mas isso é um grande engano e erro. Se você pensa assim, acaba sendo tão responsável quanto os demais. O cristão não deve desenvolver a mentalidade de Pilatos, lavando as mãos para a situação diante dos seus olhos. No cristianismo não há espaço para ficarmos em cima do muro; temos de nos posicionar.
Mas como fazer isso se os candidatos, em sua ampla maioria, buscam o serviço público apenas como um meio de obter vantagem pessoal/familiar? Como agir responsavelmente quando temos de escolher não entre o bom e o ruim, mas entre o ruim e o pior? Como sempre, devemos voltar nossos olhos para as Escrituras e buscar a resposta. E um bom livro para começarmos é o de Daniel. Ele foi um dos maiores políticos de todos os tempos. Sua vida foi marcada por certas características que podem nos ajudar a escolher um governante. Procure-as em seu candidato:
1. Ele era humilde (Dn 2.17-30) – Virtude de quem reconhece que:
. a) Vem de Deus a capacidade de realizarmos algo especial;
. b) Recebemos ajuda de outros e precisamos dela;
. c) Temos limitações e devemos assumi-las publicamente;
. d) Há ideias e projetos que são melhores, mesmo que venham de outras pessoas.
2. Ele era firme (Dn 3.12-18) – Capacidade de fazer o que é certo por convicção, sem se intimidar com a pressão de outro líder ou grupo. É não ceder à pressão para fazer algo errado. Essa é uma das qualidades que mais faltam nos políticos.
3. Ele era corajoso (Dn 4.27) – Capacidade de confrontar alguém superior ou importante quando isso é necessário. Assumir riscos por dizer a verdade e não simplesmente jogar pelo “partido”. Assumir postos interinos de governo sem usurpar aquilo que não lhe pertence. Restituir o poder a quem de direito, sem receios.
4. Ele era incorruptível (Dn 5.16,17) – Não se corromper nem estar à venda. Numa sociedade na qual dizem que tudo tem preço, precisamos de políticos que não se vendam nem aceitem “presentinhos” para fazer favores a outros. Políticos que façam o certo pelo dever de fazê-lo e que não busquem honras de homens, mas a verdadee a justiça.
5. Ele era honesto (Dn 6.4,5) – Em tempos de ficha limpa, Daniel seria irrepreensível. Ele não se enriqueceu com o cargo nem desviou dinheiro. Nunca entrou em conchavos obscuros ou acordos suspeitos. Não tinha “rabo preso” com nada nem com ninguém. Seus adversários fizeram a maior investigação possível sobre sua vida pessoal, financeira e administrativa e nada acharam que o desabonasse.
Talvez você esteja pensando: “Eu não tenho condições de avaliar essas áreas em meu candidato”. Se não consegue ver neles isso, uma boa dica pode ser observar o princípio bíblico de governo para a igreja. A Bíblia nos ensina que um bom líder governa bem do pequeno para o grande (1Tm 3.4,5,12; Tt 1.6). Então olhe para a família desse político. Ele já foi casado muitas vezes? Ele tem um comportamento regrado? Ele tem desvios de conduta e caráter? Ele apoia práticas como homossexualismo, prostituição e aborto? Como cristãos que somos, a resposta a todas essas perguntas nos interessa.
Que o Eterno conceda sabedoria a cada um de nós e que, guiados pelo Espírito Santo, possamos analisar as atitudes de nossos candidatos e, depois, darmos o nosso voto consciente, elegendo aquele que será melhor para nossa Nação.
Seu pastor
Rev. Romildo Lima de Freitas