No próximo dia 12 de agosto nossa querida IPB completará 154 anos em solo brasileiro. Era o ano de 1859 quando chegou ao Brasil nosso missionário fundador, o Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867).
Quero relembrar um pouco a trajetória de nossa igreja nesse período, com suas realizações, problemas e perspectivas para o futuro.
A história da IPB tem páginas gloriosas que falam de grandes conquistas para o reino de Deus. É o caso, por exemplo, de seu crescimento extraordinário nas primeiras décadas. No final do primeiro decênio (1859-1869) havia apenas 1 presbitério, 6 igrejas e uns poucos missionários. Quando da criação do Sínodo, em 1888, existiam 4 presbitérios, 60 igrejas e 32 obreiros. Em 1910, ao organizar-se a Assembleia Geral, a igreja já contava com 2 sínodos, 7 presbitérios, 150 igrejas locais e 10.000 membros comungantes, constituindo a maior denominação evangélica brasileira.
Nas décadas seguintes, a IPB continuou a crescer, ainda que em ritmo menos acelerado, mas foi ultrapassada, em termos numéricos, por outras denominações, notadamente as Batistas e diversos grupos pentecostais. Em 1959, ao comemorar-se o centenário da chegada de Simonton, a igreja contava com 102.000 membros comungantes, 526 igrejas locais, quase 1.000 congregações e 414 pastores.
Em 1998, a Secretaria Geral de Estatística informava os seguintes números: 53 sínodos, 204 presbitérios, 2.140 pastores na ativa, 1.874 igrejas, 1.943 congregações, 288.000 membros comungantes e 120.000 não comungantes.
O crescimento da IPB foi, particularmente, notável em alguns pontos do País, especialmente no leste de Minas Gerais, até hoje a região de seu maior dinamismo. A ocupação de vastas regiões da Amazônia, através dos esforços da Junta de Missões Nacionais, também foi um marco importante na caminhada da denominação, assim como o trabalho da Junta de Missões Estrangeiras, em Portugal e outros países.
Outra área em que há muita coisa a comemorar é a da educação. Ao longo desses 154 anos, os presbiterianos implantaram bom número de instituições que prestaram e ainda prestam valiosos serviços à sociedade brasileira. Dentre elas destacamos o complexo Escola Americana/Mackenzie (1870-1890), o Colégio Internacional (1873), a Escola Americana de Curitiba (1892), o Instituto Gammon (1893), o Colégio Americano de Natal (1895), o Colégio Agnes Erskine (1904), o Colégio 15 de Novembro (1908) e muitos outros.
Ao longo destes 154 anos, nossa Igreja enfrentou diversas situações difíceis. Em minha visão, o momento mais complicado foi no ano de 1903, quando ocorreu o cisma na IPB. O Rev. Carlos Eduardo Pereira de Magalhães e outros a deixaram e deram início à Igreja Presbiteriana Independente. Segundo os anais da igreja, os motivos foram a ingerência da igreja americana e a questão da maçonaria.
Graças ao nosso Bondoso Deus, a IPB conseguiu superar esse cisma (separação) e prossegue sua jornada, pregando o evangelho em nossa Pátria e até nas terras mais longínquas.
Aproveito a oportunidade para reafirmar que a IPB é uma igreja reformada que defende: a soberania de Deus; a Bíblia Sagrada como nossa única regra de fé e prática; os Cinco Pontos do Calvinismo (a saber: Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Chamado Irresistível e Perseverança dos Santos); a ideia de que, à luz da Bíblia, só existem dois sacramentos (o Batismo e a Ceia do Senhor).
Roguemos ao nosso Amado Deus que continue abençoando nossa querida IPB. Quero conclamar cada membro a que continue amando a Jesus e a Igreja Presbiteriana do Brasil.
Seu pastor
Rev. Romildo Lima de Freitas