No início da era cristã, sob muita perseguição, o movimento formado pelos seguidores de Jesus de Nazaré, nucleado em Jerusalém, solidificou-se e expandiu-se rapidamente. “Pelo ano 100 d.C. havia igrejas em inúmeras cidades da Ásia Menor e em muitos lugares da Palestina, Síria, Macedônia e Grécia, em Roma e Putéoli (na Itália), em Alexandria, e, provavelmente, na Espanha” (Robert H. Nichols. História da Igreja Cristã, SP/SP, CEP). A perseguição à igreja antiga durou pouco mais de dois séculos e meio.
No ano 312, deu-se a conversão do Imperador Constantino. Em 313, Constantino assinou (juntamente com Licínio, que governava no Oriente) o famoso “Edito de Milão”, que punha fim a toda a perseguição religiosa, proclamava o cristianismo como religião legal, além de conceder plena liberdade religiosa para todos os habitantes no império.
Em 325 d.C., realizou-se o Concílio de Nicéia, na Turquia, convocado pelo Imperador romano Constantino. Nesse concílio organizou-se a Igreja sob a liderança de cinco patriarcas (Bispos): o de Jerusalém, o de Antioquia (na Turquia), o de Alexandria (no Egito), o de Constantinopla (atual Istambul, também na Turquia) e o de Roma, sendo Roma proeminente entre estes, devido à tradição então corrente de que o apóstolo Pedro teria sido o seu primeiro bispo. O poder centralizado em Roma se consolidaria a partir de 590, com o surgimento de um dos maiores papas: Gregório I.
Grande proprietária de terras e de riquezas doadas pelos reis e pelos fiéis, a Igreja manteve forte poder econômico durante a Idade Média. “Chama-se Idade Média o período da história europeia compreendido aproximadamente entre a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.) e o período histórico determinado pela afirmação do capitalismo sobre o modo de produção feudal, o florescimento da cultura renascentista e os grandes descobrimentos (século XVI)”.
À frente dos domínios eclesiásticos, encontravam-se bispos e cardeais, que agiam como senhores feudais, sem muito espírito cristão. As influências da Igreja eram exercidas sobre a política, a economia, a ciência, as artes e a cultura. Durante esse período, que durou cerca de 1.000 anos, a Igreja viveu uma fase de profunda decadência espiritual. Essa era ficou conhecida na história da Igreja como “a longa e trevosa noite”.
Porém, em 31 de outubro de 1517, eclode a Reforma. Nessa data, o monge agostiniano Martinho Lutero afixa nas portas da Catedral de Wittenberg suas 95 teses. Esse ato marca a eclosão da chamada Reforma Protestante. A reforma religiosa do séc. XVI foi um movimento religioso em prol de um cristianismo autêntico, propondo um retorno aos princípios fundamentais do evangelho de Cristo, visto que a Igreja estava degenerada por ter se afastado desses princípios. “Ela assinala o encerramento da Idade Média e o início dos tempos modernos. Partindo da religião, ela deu direta ou indiretamente, um poderoso impulso a todo movimento progressivo; e tornou o Protestantismo a força propulsora da moderna civilização” (Felip Schaff, em História da Igreja Cristã).
Pr. Eneziel P. Andrade
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