“Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At 2.46,47)
Através de seu modo de viver, os cristãos de Jerusalém transmitiam às pessoas grandes e ricas lições acerca da transformação que o poder de Jesus fizera em suas vidas. Esse novo estilo de vida chamava a atenção de todos. Eles tornaram-se verdadeiramente sal e luz no meio daquela sociedade (Mt 5.13,14). A alegria e o prazer daqueles crentes, em viver para o Senhor, era algo contagiante. Eles não se envergonhavam do evangelho, nem envergonhavam o evangelho. Aquela era uma igreja “da porta pra fora”; os crentes testemunhavam pra valer.
Atualmente, as atividades da maioria das nossas igrejas são voltadas para dentro; destinam-se aos membros da Igreja e à manutenção do sistema. Como vamos influenciar a cidade se não testificarmos, na prática, o amor de Jesus lá fora? Como vamos impactar a cidade se não tivermos um projeto de igreja voltado para os de fora?
Deve-se ressaltar, entretanto, que não basta um projeto de igreja direcionado aos de fora. Antes de tudo é fundamental que os cristãos apresentem um bom testemunho perante a sociedade.
Os cristãos, em Jerusalém, tinham prazer em praticar os ensinos da Palavra de Deus. Por isso, o testemunho deles contagiou toda a cidade. Lucas diz que eles contavam com a simpatia de todo o povo.
Quando os crentes vivem os ensinos do evangelho no dia a dia, fazendo da evangelização um estilo de vida, espalham de maneira natural a boa semente da salvação. Isso se dá através da conversação, das atitudes (ações e reações), enfim, da maneira como se portam e tratam os seus semelhantes.
O crescimento contagioso da igreja em Jerusalém ocorria como consequência inevitável desse estilo de vida comprometido de cada cristão: “Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” – “Enquanto isso” indica que, enquanto perseveravam na doutrina, na comunhão, na ação social, vivendo dia a dia a prática salutar do evangelho, Deus mesmo conduzia novas pessoas para fazerem parte do seu precioso povo.
Queremos que a nossa igreja, hoje, também desperte a cidade e cresça. Todavia, precisamos compreender que, se cada crente assumir o compromisso de viver fielmente os ensinos de Jesus, Deus transformará esse testemunho numa mensagem viva que atrairá novos convertidos para junto de Jesus e sua amada igreja. Há de se ressaltar que nenhum projeto substitui o testemunho dos crentes.
Rev. Eneziel Peixoto de Andrade