E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. (At 2.45)
Pois não havia entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que vendiam e o depositavam aos pés dos apóstolos. E se repartia a qualquer um que tivesse necessidade. (At 4.34,35)
Conforme o relato de Lucas, vemos, em Jerusalém, uma igreja nascente disposta a combater a injustiça social, atendendo às necessidades dos santos, de tal maneira que nada viesse a lhes faltar. Alguns chegaram a tomar a decisão, aparentemente radical, de vender tudo quanto tinham para atender aos irmãos carentes. Deve-se observar que eles faziam isso voluntariamente, e não sob imposição.
O comentarista bíblico I. H. Marshall afirma que cada pessoa deixava seus bens disponíveis “à medida que alguém tinha necessidade.” Isso revela confiança no Deus da providência, que acresceria à igreja outros que fariam o mesmo, permitindo assim que todos fossem atendidos (At 4.37).
Aquela era uma igreja disposta a ser usada para transformar a sociedade. Colocava em prática o santo exercício do amor ao próximo, seguindo o exemplo do próprio Senhor Jesus (Lc 6.35,36).
O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que “o grande problema hoje é que muitos de nós apenas pregamos aos ouvidos e não pregamos aos olhos; os homens escutam grandes sermões, mas não veem em nós grandes obras; escutam bonitos discursos, mas não veem santidade.”
Em Gálatas 6.10, o apóstolo Paulo ensina que devemos fazer o bem a todos, embora a prioridade deva recair sobre os da família da fé – “Enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.” Na Palavra de Deus, encontramos várias orientações que nos recomendam acudir aos irmãos necessitados (At 11.29; II Co 8.4; I Jo 3.17).
A igreja tem uma missão diaconal a cumprir. Ela também adora a Deus servindo aos menos favorecidos, auxiliando-os em suas necessidades básicas, tais como: alimentação, saúde, moradia e educação. Isso é Cristianismo prático! E é o que Jesus espera de seus discípulos: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mt 5.16)
Rev. Eneziel Peixoto de Andrade