Todos nós pecamos, lamentavelmente. Segundo a Bíblia, “se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.” (I Jo 1.8). Por outro lado, a Bíblia também nos garante: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (I Jo 1.9).
Na prática da confissão falamos com Deus a respeito de nós mesmos: não das nossas virtudes e “merecimentos”, mas dos nossos pecados e imperfeições.
No Salmo 51, Davi confessa o seu pecado. Com base nesse Salmo, podemos dizer que a prática da confissão deve ser valorizada e frequentemente exercitada, pelas seguintes razões:
Primeiro, porque a confissão nos põe frente a frente com nossos pecados. Disse Davi: “Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.” (v. 3). A confissão nos força a encarar nossos pecados e a tomar uma atitude.
Em segundo lugar, porque a confissão abre caminho para uma vida de santidade. Disse Davi: “Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve.” (v.7). Ao suplicar a Deus para que fosse completamente lavado, Davi reafirmou o desejo de crescer em santidade diante do Senhor. A aspiração à santidade deve ser um alvo constante do cristão. Segundo o ensino de Jesus, são “bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” (Mt 5.8)
Em terceiro lugar, porque a confissão se torna eficaz quando o coração está quebrantado. Davi fez uma importante declaração:
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” (v.17). A prática da confissão somente surte efeito se for a expressão de um coração quebrantado. O profeta Isaías fala sobre o valor dado por Deus ao quebrantamento sincero: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” (Is 57.15)
Finalmente, a confissão deve ser valorizada e exercitada porque ela produz o verdadeiro louvor. Davi reconheceu que, após ser tratado pela graça de Deus, teria condições de manifestar um louvor puro e sincero, fruto de um coração transformado, e não de meros rituais e formalidades religiosas. Ele disse: “Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores.” (…) “Então, te agradarás dos sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; e sobre o teu altar se oferecerão novilhos.” (vv.15 e 19). Nossa prática religiosa só faz sentido e agrada a Deus quando é fruto de um coração puro.
A resistência à prática da confissão não vale a pena. É uma experiência dolorosa e desconfortável: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” (Sl 32.3,4)
Portanto, valorizemos a prática da confissão! Consideremos a advertência e a promessa bíblicas: “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” (Pv 28.13)
(Rev. Eneziel Peixoto de Andrade)