Nossa Igreja tem crescido muito pouco enquanto outras crescem bem mais. Mas por que isso? São vários os motivos. Um deles é que algumas denominações se enchem de pessoas em busca de cura física, espiritual ou de progresso financeiro. Com relação à física, vemos pregadores atribuindo as doenças ao diabo e o “expulsando” até do corpo de “cristãos”. Testemunhei algo parecido recentemente. O preletor não citou nem um versículo bíblico sequer. O crente é santuário do Espírito Santo; em vista disso, embora o maligno o tente, “não lhe toca” (1Jo 5.18).
Nossa Igreja não dá destaque ao maligno. Ele está aí e precisamos aprender seus truques para nos preparar contra eles, mas nossa prioridade é Cristo, suas Boas Novas e a salvação pela graça através de Sua morte em nosso lugar. Evangelizar é pregar fielmente as Escrituras. Para tanto, precisamos conhecê-las.
Podemos pedir bênçãos espirituais e físicas? Sim. E bênção financeira? Também. Mas sem ganância, para aquilo que nos é, de fato, indispensável. Jesus nos mostrou que devemos pedir o pão nosso de cada dia. Lembremo-nos do pedido de Salomão, que tanto agradou a Deus. O Altíssimo lhe perguntou o que ele queria e Salomão lhe pediu apenas sabedoria e conhecimento para saber conduzir Seu povo. Então Deus lhe disse: “Porquanto foi este o desejo do teu coração, e não pediste riquezas, bens ou honras, nem a morte dos que te aborrecem, nem tampouco pediste longa vida, mas sabedoria e conhecimento para poderes julgar o meu povo, sobre o qual te constituí rei, sabedoria e conhecimento são dados a ti, e te darei riquezas, bens e honras, quais não teve nenhum rei antes de ti, e depois de ti não haverá igual” (2Cr 1.7,10,11).
Algumas pessoas saem de nossa Igreja e vão para outras denominações onde acham as músicas mais animadas, onde os jovens têm mais liberdade para festas parecidas com as do mundo, etc. Conhecemos algumas dessas. São mais animadas exteriormente, porém a pregação costuma ser ministrada de forma a agradar não a Deus, mas aos presentes, como se esse prazer que eles sentem fosse salvá-los. E o que pregam não é bem o que está na Bíblia. Melhor estar em uma que aparente menos ânimo, mas tenha em mente agradar a Deus e levar a Bíblia a sério, do que em uma “animada” para agradar a homens, porém não pregue a fiel mensagem de Jesus. Mas há aquelas que não agem assim e crescem. Seus membros trabalham com amor e dedicação. Precisamos seguir esse exemplo.
Queremos crescimento sim. Nosso dever é aumentar o rebanho de Cristo. Para isso temos de colocar em prática o que ensinamos: levar a Palavra a todos a fim de que os escolhidos d’Ele a ouçam e sejam convertidos pelo Espírito Santo. Esse dever é de todos: das crianças e dos idosos. Não existe salvação sem pregação (que pode ser através de um bate-papo). “A fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo” (Rm 10.17). O crescimento tem de ser saudável, real, acompanhado de entendimento de quem leva a Palavra de Deus e de quem a recebe. Levá-la de forma a apenas agradar a todos pode encher uma Igreja ─ até métodos são criados para isso ─, mas o resultado são igrejas cheias de pessoas vazias. Não se trata, portanto, de crescimento, mas de inchaço. O apóstolo Paulo pediu oração pelos judeus a fim de que fossem salvos (sinal de que ainda não o estavam). Qual o motivo? “Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento” (Rm 10.2). A falta de entendimento leva ao erro e à superstição em vez de fé. Paulo disse ainda, em Filipenses 3.6, que o zelo dele, antes de se tornar cristão, quando ainda era seguidor da seita dos fariseus, o levava a ser perseguidor da igreja.
Precisamos crescer na graça e no conhecimento de Cristo (2Pe 3.18) para evangelizar com intrepidez, produzir frutos e, assim, vermos nossa Igreja crescer em número e em santidade.
Roosevelt Silveira