Muitos, em nossos dias, sofrem com a ansiedade. Homens e mulheres, jovens e velhos, doutores e analfabetos, religiosos e ateus, todos sofrem com esse mal. As pessoas andam com os nervos à flor da pele. São como um vulcão prestes e entrar em erupção.
O sentido da palavra ansiedade é estrangular, é puxar em direções opostas. Quando estamos ansiosos teimamos em tomar as rédeas da nossa vida e tirá-las das mãos de Deus.
A ansiedade nos leva a perder a alegria do hoje por causa do medo do amanhã. As pessoas se preocupam com exames, emprego, casas, saúde, namoro, empreendimentos, dinheiro, casamento, investimentos. Segundo estudiosos, cerca de 70% daquilo que gera ansiedade no coração do homem nunca acontecerá. Precisamos viver um dia de cada vez. Devemos planejar o futuro, mas sem vivermos ansiosos por causa dele.
Caso alguma coisa nos roube as forças hoje, significa que estaremos mais fracos amanhã. Significa que vamos sofrer, desnecessariamente, se o problema não chegar a acontecer e vamos sofrer duplamente se ele chegar.
Dr. Gary Collins, psicólogo-clínico e cristão norte-americano, classifica a ansiedade nos seguintes quadros:
Tipos: 1 – Normal (algo identificável e fácil de resolver. Por exemplo: o jovem está com o vestibular batendo à porta, tendo uma grande tarefa à frente – algo normal; o jovem vai tirar carteira de motorista).
2 – Neurótica (conflito intrapsíquico não resolvido – aquela ansiedade que consome o tempo todo e a pessoa não sabe de onde vem – olha a unha parece: mais osso do que unha).
Termômetro: 1 – Moderada (estimulante – oportuna, pertinente – porque o estimula a agir, ela lhe dá uma carga de adrenalina necessária para resolver o problema).
2 – Intensa (aquela que o leva ao estresse e a ter doenças).
Tempo: 1 – Aguda (temporária, pontual, vem e vai).
2 – Crônica (permanente – tem a ver com a ansiedade que você não sabe de onde vem; ela o acompanha).
Qual a causa primária da ansiedade, de onde ela surge?
A raiz da ansiedade está em Mt 6.30 (NVI) – “Ora se Deus veste assim a erva do campo, (…), não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?” Deus vai cuidar de mim, assim, como ele cuida dos passarinhos, ou seja, é a fé inadequada ou falta de fé nas promessas de Deus.
John Piper escreve assim: “Quando a incredulidade passa a ter o domínio do nosso coração, um dos efeitos é a ansiedade. A raiz da ansiedade é a desconfiança em tudo o que Deus prometeu nos dar em Jesus.”
Como podemos combater a ansiedade? Quero sugerir quatro coisas que podem ajudar nessa luta. Vejamo-las:
Deus é nosso Pai e ele conhece todas as nossas necessidades – v. 30 – Vencemos a ansiedade quando confiamos n’Ele (v. 28). A fé é o antídoto para a ansiedade. Deus nos conhece. Ele nos ama. Ele é o nosso Pai e sabe do que temos necessidade. Se pedirmos um pão, Ele não nos dará uma pedra; se pedirmos um peixe, Ele não nos dará uma cobra. N’Ele vivemos e n’Ele existimos. Ele é o Deus que nos criou, que nos mantém a vida. Ele nos protege, nos livra, nos guarda, nos sustenta.
Coloque o seu foco no reino de Deus e não nas coisas deste mundo ─ v. 32 – Devemos saber que Deus já nos deu coisas mais importantes do que bens materiais. Ele já nos deu tudo. Deu-nos o seu Filho, a salvação, o seu Reino. Nós somos ovelhas do seu rebanho, filhos da sua família, servos do seu Reino. Se Ele já nos deu o maior, não nos daria o menor. “Aquele que não poupou ao seu próprio Filho, porventura, não nos dará, graciosamente, com Ele todas as coisas?” (Rm 8.32).
Quando cuidamos das coisas de Deus, Ele cuida das nossas necessidades – v. 33 – Aqui temos uma ordem e uma promessa. A ordem é buscar o governo de Deus, a Sua vontade. Somos desafiados a buscar o governo e o domínio de Cristo em todas as áreas da nossa vida: casamento, lar, família, vida profissional, lazer. A promessa é que, quando cuidamos das coisas de Deus, Ele cuida das nossas necessidades. “Todas as essas coisas vos serão acrescentadas”.
Devemos mudar o rumo dos nossos investimentos – v. 34 – Mt 6.34: “Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.” A graça de Deus para amanhã só chegará amanhã. Elas se renovam todas as manhãs (Lm 3.22,23) para que, a cada dia, dia a dia, o cristão siga a sua peregrinação de força em força.
Lembremo-nos sempre da recomendação do apóstolo Pedro: “Lancem sobre Ele toda a sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vocês” (1Pe 5.7).
Seu pastor
Rev. Romildo Lima de Freitas