Você já se sentiu sozinho, mesmo estando no meio de muita gente? É possível, que sua resposta seja sim. Sabe por quê? Porque solidão não depende do número de pessoas que estão ao nosso lado, mas do tipo de relacionamento que temos com elas.
Segundo dados publicados pelo IBGE, nos últimos vinte anos, o número de casas habitadas por uma única pessoa passou de 7% para 12% no Brasil.
Segundo o Dr. John T. Cacioppo, psicólogo americano, a solidão provoca algumas alterações biológicas:
Pessoas solitárias demoram mais a pegar no sono e sentem mais fadiga, comprometendo a regulação metabólica, neural e hormonal.
Isolamento afeta as funções comandadas pelos lóbulos frontais, como o controle dos impulsos, a resolução de problemas e a aderência às normas sociais.
Solitários são mais predispostos a sofrer de estresse, timidez, raiva, ansiedade, hostilidade e pessimismo.
O corpo dos solitários apresenta menor resistência imunológica, tornando-o mais suscetível a infecções. Solitários também são propensos a doenças cardiovasculares (aumento da pressão arterial).
O apóstolo Paulo, na sua carta ao jovem pastor Timóteo, nos relata, no capítulo 4, que, no final da sua vida, ele estava lutando contra a solidão. Quero listar cinco atitudes que ele tomou par vencer a solidão. Vejamo-las:
Busque comunhão (2Tm 4.9,11, 21) ─ 9 Procura vir ter comigo depressa, (…) 11 Somente Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério. (…) 21 Apressa-te a vir antes do inverno. Paulo nos ensina que solidão se combate com poucos bons amigos de carne e osso. Veja que ele não pede uma caravana de amigos. Ele quer Timóteo e Marcos. Paulo sabia que a solidão não se combate com multidão, mas com a qualidade de alguns poucos relacionamentos.
Cuide do corpo (2Tm 4.13a) – Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo… Paulo quer cobrir seu corpo do frio. Afinal, naquele momento de solidão, tudo o que ele não queria era adoecer. Ele não era tão espiritual a ponto de não precisar cuidar de si, protegendo-se contra o frio. Apesar de estar tão preparado para ver o seu Senhor (v. 8), ele ainda quer ter amigos por perto e acha prudente cuidar do corpo. Então pede sua capa de frio.
Saiba que solidão crônica pode tirar a força e roubar a motivação para viver. Uns perdem o apetite, outros comem compulsivamente e outros ficam sedentários na frente da TV, no computador. Paulo ensina que podemos usar a solidão para cuidar melhor do corpo e da saúde. Que tal caminhadas, ginásticas, passeios edificantes e agradáveis e uma alimentação saudável?
Ocupe a mente (2Tm 4.13b) – Quando vieres, traze (…) os meus livros… Paulo está sozinho, sabendo de seu pouco tempo de vida. Mesmo em face disso, o que me impressiona é que ele quer ler. Ele deseja que sua mente fique ocupada.
Paulo ensina que a solidão é uma boa oportunidade para se ocupar a mente com alguma coisa edificante. Livros, artigos, mensagens, aulas, cursos, etc.
Alimente o espírito (2Tm 4.13c) ─ Quando vieres, traze (…) especialmente os pergaminhos. Pergaminhos eram os escritos pessoais de Paulo, com o Antigo Testamento em grego. Nessa Bíblia escrita em pergaminhos, Paulo provavelmente fazia suas anotações e estudos pessoais. Ele queria essa Bíblia para continuar estudando a Palavra. A solidão é um bom momento para se mergulhar na Palavra de Deus.
Encontre um novo projeto de vida (2Tm 4.19) – Saúda Priscila, e Áquila, e à casa de Onesíforo. Já que Paulo não podia mais viajar para plantar igrejas, fortalecer as já plantadas nem evangelizar pessoas, ele encontra outra forma de ministrar: começa a escrever cartas. Você sabia que, das 13 cartas que ele escreveu, cinco foram escritas na prisão?
Caso você se sinta solitário, saiba que Deus o chamou para viver em comunhão com Ele e com o seu povo. Vença a solidão seguindo o exemplo de Paulo e aproveite o momento de “solidão” para encontrar um novo ministério que marcará sua vida e a de muitos, para sempre.
Seu pastor
Rev. Romildo Lima de Freitas