“Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” (Mt 28.6).
O francês Joseph-Ernest Renan, involuntariamente falou sobre a verdade da ressurreição ao zombar: “O cristianismo vive da fragrância de um frasco vazio.” Sem querer, ele estava se referindo ao fundamento da fé cristã, a pedra angular do Evangelho: um túmulo vazio! Uma tumba sem um corpo nela, na primeira manhã da ressurreição!
Uma personagem do romance “O Porto”, de Ernest Poole, comenta, cinicamente: “A História é apenas um noticiário do cemitério.”
O que o cético Renan e o cínico Poole não conseguiam ver era a incontestável verdade de que há uma grande exceção à tristeza de todos os cemitérios e suas silenciosas mensagens de morte: as eletrizantes notícias do túmulo onde Jesus foi sepultado, de que a morte foi vencida e as portas da vida eterna foram abertas por Jesus.
O apóstolo Paulo afirmou: “… nosso Salvador Jesus Cristo, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (2Tm 1.10).
De certa forma, os túmulos falam da História na mesma proporção da morte que os favorece. Quero extrair duas lições preciosas para a nossa vida, quando pensamos no tumulo vazio:
Os túmulos ensinam que é preciso repensar as nossas prioridades. Sabendo que a vida era curta demais para perder-se tempo com futilidades, Moisés clamou a Deus: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12). Quando oramos dessa maneira somos levados, indubitavelmente, a considerar o que, de fato, vale a pena na vida. Dinheiro, poder, prazer, tão avidamente buscados, muitas vezes ao custo da própria vida, empalidecem e sucumbem diante das prioridades que realmente contam.
Não são poucos os exemplos que conhecemos de pessoas que, depois de encararem a morte, salvas como “por um fio”, resolvem mudar as suas prioridades e reorganizar a vida. Elas descobrem que servir é muito melhor que ser servido; que dar é mais bem-aventurado que receber; que honrar está acima de ser honrado; que o que vale a pena na vida não pode ser comprado pelo dinheiro, conquistado com o poder nem tampouco desfrutado com desonra.
Os túmulos nos ensinam que devemos pensar na eternidade. Embora a morte seja o fim de todos os mortais, ela certamente não é o fim de tudo nem detém a última palavra sobre o futuro. É precisamente isso o que nos ensina o Evangelho, ou as “boas novas”, no fato histórico de que Cristo Jesus veio ao mundo para nos libertar do poder do pecado e da morte.
Jesus nos propiciou a única maneira de escaparmos da morte espiritual. Pela sua morte na cruz, Ele possibilitou a nossa reconciliação com Deus, e, desse modo, desfez a separação e a alienação espirituais resultantes do pecado. Pela sua ressurreição, Jesus finalmente venceu e aboliu o poder de Satanás, do pecado e da morte. Algumas pessoas não querem pensar na eternidade, por isso afirmam: “Morreu, acabou!” Mas como será quando chegarem “do outro lado” e descobrirem que a vida aqui era apenas o começo, o embrião da eternidade?
Outras pessoas dizem: “Quando eu estiver mais velho seguirei a Cristo”. Mas quem sabe se ficará velho ou se morrerá novo?
Há os que pensam: “Antes de morrer, eu aceitarei a Cristo.” Porém, quem sabe o dia da própria morte?
As lições do túmulo vazio de Jesus são para reflexão, preparação e esperança. Elas apontam para a eternidade, como está escrito: “O próprio Senhor descerá dos céus, ouvida a voz do arcanjo, e o som da trombeta de Deus. Aqueles que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Então, nós os vivos, seremos levados junto com eles, para nos encontrarmos com o Senhor nos ares, e assim ficaremos para sempre com o Senhor. Consolem-se uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.16-18). Nesse dia, quando comemoramos a ressurreição do nosso Salvador, atente para essas grandes lições do túmulo vazio. A morte não é o fim. Jesus a venceu. Ele vive para sempre. Portanto, creia n’Ele, viva com Ele, por Ele e para Ele. Jesus é a única esperança.
Rev. Romildo Lima de Freitas