Normalmente as empresas têm um local destinado para você procurar algo que foi perdido. Quando olho para Lucas capítulo 15, penso que esse setor é mostrado ali, pois o evangelista registra que o pastor, a mulher e o pai perderam algo. O pastor perdeu a ovelha; a mulher, a dracma e o pai perdeu o filho.

Algo de grande valor foi perdido. A ovelha era muito importante para o pastor; ela representava parte significativa de seu sustento. A moeda era vital para a sobrevivência da mulher. Alguns estudiosos defendem a tese de que ela era viúva e o que estava em jogo seria a décima parte de todo o seu patrimônio. Nem é preciso dizer: o filho perdido era muito importante para o pai.

Feita uma leitura mais apurada do texto, logo perceberemos que o pastor tomou algumas atitudes para achar sua ovelha. Ele deixa as noventa e nove em segurança e depois sai para procurar a desgarrada. Ele está disposto a enfrentar os perigos da jornada. Diante dessa atitude, quero incentivá-lo a perceber que ainda existem muitas ovelhas perdidas caminhando, errantes, neste mundo mau, perverso. Não sabem o caminho. São presas fáceis para os predadores. Outras ainda não perceberam o grande perigo que estão correndo ao ficarem longe do aprisco do Supremo Pastor.

Quero estimular você, amado irmão, a sair à procura da “ovelha perdida” e, assim, cumprir a grande comissão, pelas seguintes razões:

A grande comissão é uma ordem (Mt 28.19; At 1.8) – Independentemente da eleição da graça (Rm 9.11) ou de quem Deus escolheu antes da fundação do mundo para ser santo (Ef 1.4), o ato de pregar o Evangelho é uma ordem dada por Cristo. Por si só, tal de-terminação obriga todo crente a evangelizar os perdidos, mesmo que nenhum deles jamais seja salvo.

É o meio que foi escolhido por Deus, por decreto, para salvar os eleitos (1Co 1.21) – Deus, em sua soberania, poderia ter decretado qualquer outro meio de salvação que escolhesse. Mas “aprouve a ele” salvar os perdidos pela “loucura da pregação”. Assim, não há salvação de qualquer ser humano que não seja mediante a mensagem do Evangelho e das Escrituras (Jo 17.17,20; Rm 1.16; Ef 1.13; 2Tm 3.15; Hb 2.3).

O Senhor escolheu quem ele iria salvar, mas não revelou à Igreja quem são eles (Jo 10.16) – Jesus não somente falou que iria conduzir outras ovelhas, mas, por elas, também orou (Jo 17.20) e afirmou que daria sua vida (Jo 10.11,14-15). Entretanto, ele nunca deu à Igreja uma lista que designasse quem são. Em lugar disso, ordenou que se continuasse pregando a fim de que fossem alcançados pela pregação aqueles que lhe pertencem (At 18.9-11).

A pregação do Evangelho, independentemente do resultado, glorifica o Senhor – Para o calvinista, não existe pregação infrutífera. Todas as vezes que o Evangelho é pregado o nome de Deus é glorificado. Nas pessoas que são salvas mediante essa pregação, ele lhes dá a conhecer “as riquezas da sua glória” (Rm 9.23), enquanto que, nas que a rejeitam, ele “mostra a sua ira e dá a conhecer o seu poder” (Rm 9.22). Em ambos os casos, os atributos de Deus se tornam patentes ao homem e revelam sua glória.

É uma tarefa que está diretamente ligada ao caráter e à existência da Igreja (1Pe 2.9) – Ou seja, a Igreja do Senhor foi separada “a fim de proclamar as virtudes daquele que a chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9).

Que, motivados pelo amor aos “perdidos”, saiamos para anunciar a mensagem da salvação. E que o Reino de Deus seja expandido para que as ovelhas de Cristo sejam reunidas no aprisco do Supremo Pastor.

Rev. Romildo Lima de Freitas

 

 

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