No próximo dia 31 de outubro comemoraremos 495 anos da Reforma Protestante, data em que Martinho Lutero publicou as 95 teses que questionavam o ensino da Igreja Católica sobre a penitência e a venda de indulgências. Tal publicação impulsionou o debate teológico que resultou na chamada “Reforma Protestante”. Foi dali que surgiram as Igrejas Reformadas, sob a liderança de Ulrico Zwinglio, Guilherme Farel, João Calvino, John Knox e outros reformadores.
O principal objetivo da Reforma foi levar a igreja de volta às Escrituras e ao evangelho pregado pelos apóstolos.
Nós, que pertencemos à Igreja Presbiteriana do Brasil, somos herdeiros dessa grande herança da fé reformada. O presbiterianismo surgiu na Escócia, com John Knox, migrou para os Estados Unidos e chegou ao Brasil em 12/08/1859, por intermédio do missionário Ashbel Green Simonton (1833-1867).
Cremos que o nosso grande desafio, hoje, é aprender, viver e ensinar os princípios espirituais da Reforma.
A supremacia e exclusividade da Bíblia − A Bíblia é a autoridade suprema naquilo que cremos e praticamos. Somente ela é útil para nos aperfeiçoar e nos habilitar perfeitamente para toda boa obra. Hoje somos desafiados a ficar aquém dela (liberalismo) ou ir além dela (pentencostalismo). Ela é suficiente para nos educar na justiça e nos instruir acerca da salvação. Rejeitemos, com veemência, qualquer ensino de homens contrário a Escritura. Voltemo-nos para a Palavra de Deus.
A salvação somente em Cristo − A Bíblia ensina que Jesus é o único Salvador. Não há outro nome ou pessoa pelo qual importa que sejamos salvos. Ele é o caminho, a verdade e a vida. Fora dele não há salvação. Hoje, porém, tal como na Idade Média, prolifera, em nosso meio, que a salvação está na igreja. Não se prega a pessoa de Cristo como o Salvador e Senhor, mas a igreja onde acontecem a bênção e os milagres. Não se propaga a Cristo, mas se faz publicidade do local onde o fulano de tal fará prodígios salvadores. A igreja é que administra a salvação.
O sacerdócio universal dos crentes − A Bíblia ensina que todo crente é um sacerdote de Deus, não existindo hierarquia espiritual entre o povo dele, mas diferentes dons e responsabilidades. Hoje somos desafiados a combater o estrelismo entre os evangélicos, expresso na disputa pelos títulos eclesiásticos (patriarcas, apóstolos e bispos). Alguns líderes se colocam, espiritualmente, acima do povo de Deus, como se fossem “celebridades”. Outros se colocam como intermediários espirituais entre o crente e Deus, tal como o sacerdócio católico na Idade Média.
Que o nosso Bondoso Deus nos ajude a relembrar que somos herdeiros da Reforma Protestante do século XVI, e que possamos resgatar essas verdades nos púlpitos de nossas Igrejas Presbiterianas. Que possamos voltar a nossa mente e coração para a Bíblia e tirar do nosso meio tudo aquilo que contraria o seu sagrado ensino. Precisamos resistir à secularização e promover a sã doutrina, aliada à piedade.
Soli Deo Gloria
Rev. Romildo Lima de Freitas