Perder algo não é uma coisa boa. O sentimento que paira em nosso coração é de tristeza, decepção e dor.
A Bíblia relata que Esaú perdeu o direito de ser o sucessor de seu pai por causa de pão e de um cozinhado de lentilhas, ainda que, depois, tentasse reavê-la. Mesmo com muitas lágrimas não a conseguiu (Gn 25.34).
A mulher de Ló perdeu a vida porque amou mais a cidade de So-doma e, por isso, transformou-se numa estátua de sal (Gn 19.26).
Davi, por causa de seu pecado com Bete-Seba, perdeu a alegria da Salvação (Sl 51.12).
Judas, por causa de trinta moedas de prata, perdeu a oportunidade de ser lembrado como um dos doze apóstolos fiéis a Cristo. At 1.25: “para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou…”
No caso de Geazi, ele perdeu a bênção de ser o sucessor de Elizeu.
O que você acredita que tem perdido ao longo dos anos? Seu amor para com as coisas pertinentes ao reino de Deus? Sua alegria de ler a Palavra de Deus ou de orar? Seu desejo de estar perto de sua família? O prazer de estar no seu local de trabalho?
Quando fixamos os olhos neste mundo, corremos o risco de perder a bênção. Um dos hinos do nosso hinário, o de n.º 288, em sua primeira estrofe diz o seguinte: Sou forasteiro aqui; em terra estranha estou. Celeste Pátria, sim, é para onde vou. Embaixador, por Deus, do Reino lá dos céus, venho em serviço do meu Rei”.
Essa letra nos ajuda a relembrar que nossa vida, aqui na terra, é passageira. Nossa casa, nosso lar é no céu. Precisamos viver com os pés na terra, mas a cabeça deve estar voltada para o céu. Nossos olhos devem estar fixos em Jesus, olhando firmemente para Ele. Não devemos tirá-los d’Ele, porque, quando isso ocorre, podemos sucumbir. Ao fixá-los nas coisas deste mundo, ficamos sujeitos a cair.
Geazi, discípulo do profeta Elizeu, estava com os olhos fitos no aqui e agora, no dinheiro, em algo material e perdeu de vista as coisas espirituais. A etiqueta oriental exigia que se mostrasse relutância
em aceitar uma dádiva. A ação dele foi desonesta porque apagava do coração de Naamã a impressão que lhe ficara de um Deus e de um profeta capazes de curar desinteressadamente, num ato de pura graça. É possível que ele tenha ido atrás de Naamã para pedir-lhe dinheiro e bens movido e motivado por uma ganância no coração.
Quantos são aqueles que estão imitando Geazi ao também focalizar os olhares no o aqui e agora, maquinando como ganhar e acumular riquezas? Em nome de um sucesso, passam por cima dos princípios registrados na Palavra de Deus.
Quantos abandonam o lar, como fez o filho pródigo, para experimentar os prazeres temporários que a vida lhes oferece?
Quantos, no intuito de conseguir um casamento, um emprego, fazem acordos com o diabo?
Quando usamos a arma da mentira, existe a possibilidade de perdermos a bênção. Infelizmente essa arma do diabo tem sido usada por muita gente, inclusive por aqueles que declararam sua fé em Jesus.
Geazi vai perder a bênção de ser o sucessor de Elizeu por causa de uma mentira. Inclusive a Bíblia diz que a lepra (Hanseniese) de Naamã passou para ele. Agora, além de perder o privilégio de ser o próximo profeta de Israel, perdeu também a oportunidade de estar com a família, de estar no meio da sociedade. Segundo o contexto, o leproso não podia habitar no mesmo local que uma pessoa sadia. E mais: ele deveria andar com um sino pendurado no pescoço; não podia se aproximar de uma pessoa mais de cem passos e deveria gritar avisando que estava passando um leproso por ali.
Veja que tragédia aconteceu na vida desse homem. Tudo por causa de uma mentira. Vamos imaginar apenas uma mentirinha, caso existissem mentiras pequena e grande. Ele perdeu tudo porque seus olhos estavam fixos no alvo errado, porque deu ouvidos à voz do tentador, deixou que a mentira lhe nascesse no coração e, depois, a verbalizou.
Cuide bem das bênçãos que você tem recebido do Eterno e tenha um coração agradecido.
Rev. Romildo Lima de Freitas
Gostei da explicação