“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corroem e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mateus 6.19-21).
Martinho Lutero deve ser admirado por sua convicção e coragem, qualidades tão escassas em nossos dias. Diante dos líderes da Igreja Católica Romana de sua época, ele declarou: “A menos que vocês provem para mim, pela Escritura e pela razão, que estou enganado, não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é nem correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém.” Nascia a Reforma Protestante!
Como Presbiterianos, somos fruto dessa herança. É certo que fomos além da reforma proposta pelos reformadores e, por isso, os nossos antecessores são chamados de reformadores radicais. O fato é que sempre fomos regidos pela Bíblia em tudo o que fazemos. Não pode ser diferente com a prática do dízimo. Sendo assim, o que a Bíblia realmente ensina sobre ele?
Por ser “uma prática do Antigo Testamento”, alguns consideram o dízimo “coisa da lei”, que “não tem nada a ver com o Novo Testamento”; portanto, uma prática “subcristã”. A consequência imediata dessa mentalidade, que está pautada no engano, é que cada um faz de sua oferta o que melhor lhe convém. Alguns chegam ao extremo de não dizimar, e ponto. Outros empregam os seus recursos onde acham que devem. E muitos fazem dessa prática uma transação financeira, na esperança (chamam isso de fé) de receberem lucros e/ou dividendos (o que chamam de bênção). É assim que lucram os charlatães (a Bíblia os chama de falsos profetas).
Como se pode ver, trata-se de um assunto pertinente. Precisamos de uma resposta bíblica urgente! Chega de indiferença, confusão e distorções da Palavra de Deus. Para tanto, procuraremos nos pautar pela Bíblia Sagrada, que é a nossa única regra de fé e prática, mostrando como a prática do dízimo não só é bíblica como também essencial ao progresso da igreja (que é a única esperança para este mundo em trevas e em estado de putrefação).
Cremos que, enquanto os membros de nossas igrejas permanecerem ignorantes, enganados ou indiferentes quanto ao assunto, o avanço do Reino de Deus – cujo estandarte é levantado pelas igrejas locais e cuja batalha travada na linha de frente é função delas – sofrerá tremendamente.
Estaremos, nos próximos domingos, abordando este tema importantíssimo para a caminhada de todo cristão verdadeiro. E esperamos que as nossas reflexões sobre o tema sirvam para esclarecer, informar e despertar sua mente e coração, levando-o a abrir a mão, com fidelidade e generosidade, certo de que é melhor dar do que receber. Tenha a certeza de que você glorificará a Deus e obterá indescritível alegria ao dar com liberalidade, contribuindo para o avanço do reino de Cristo sobre a terra.
A bênção de dizimar está no fato de, através desse ato, podermos testemunhar a prioridade que Deus e o seu Reino têm sobre a nossa vida, além de expressar, também, nosso mais profundo compromisso cristão.
Soli Deo Glória
Rev. Romildo Lima de Freitas