Vivemos em um contexto onde o presente século nos impulsiona à competitividade. Por exemplo: vestibular: mais de 30.000 inscritos para 3.000 vagas; concurso público: 20.000 inscritos para 200 vagas; hospital público: 20 fichas para 300 pacientes. Talvez você esteja pensando: “Os maiores problemas do Brasil são a educação, o desemprego e a saúde”. De fato. Mas o pior é o condicionamento psicológico a que nos submetemos ao estarmos inseridos neste caos.
Olho para o meu próximo como um inimigo, alguém que deseja ocupar o meu espaço, tomar a minha chance. Isso é terrível. Incentiva o individualismo, a insensibilidade, o egoísmo e a ambição. A competitividade estimula a irritabilidade e a contrariedade, principalmente quando você é preterido injustamente. O outro conseguiu não porque é mais esperto, mas porque alguém o colocou no seu lugar. Como vencer esse mal? O Salmo 37 nos oferece alguns princípios:
Não Fique zangado – Ou: “Não te esquentes”. Parece sim-ples, mas não é. “Não te irrites” (Sl 37.7) e “Não te impacientes” (Sl 37.8). A ira humana não promove a justiça de Deus (Tg 1.20); você pode é contrair algum problema de ordem física. Seja construtivo. Pratique o bem. Jesus diz como devemos agir em relação aos que nos odeiam (Lc 6.27): “Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer, se tiver sede, dá-lhe água para beber, porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça” [isto é, sobre a cabeça do agressor]: “e o Senhor te retribuirá” (Pv 25.21,22).
Olhe para o futuro – Desapontamento e destruição aguar-dam os ímpios: “pois eles, dentro em breve, definharão como relva, e murcharão como erva verde. Mais um pouco de tempo e já não existirá o ímpio; procurarás o seu lugar, e não acharás” (Sl 37.2,10). É preciso ter calma e esperar o tempo marcado por Deus. O mal jamais triunfará, pois existe, em funcionamento no mundo, um princípio de retribuição: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.6-7). O fim do ímpio é a destruição (Sl 37.34-36). O fim dos justos é a paz (v. 37).
Lembre-se de que você é rico – Fique certo de que o melhor sinal do favor divino não é a prosperidade material, mas a doce co-munhão com Cristo, no íntimo do coração (1Pe 1.6-9). A verdadei-ra segurança e riqueza se acham não “na instabilidade da riqueza, mas em Deus” (1Tm 6.17). Por outro lado, o servo de Deus tem uma herança eterna (Sl 37.18), e, já aqui na Terra, sabe que o Senhor não o abandonará. No caminho para essa herança, Deus ordena os seus passos. Ele pode tropeçar às vezes, mas Deus está sempre presente para socorrê-lo (Sl 23, 24). “Vem do Senhor a salvação dos justos. Ele é a sua fortaleza no dia da tribulação” (Sl 37.39).
Tendo como base esses princípios citados, o salmista faz algu-mas exortações positivas: “Confia no Senhor e faze o bem” (Sl 37.3); “Agrada-te do Senhor” (v. 4); “Entrega o teu caminho ao Se-nhor” (v. 5) e “Descansa no Senhor e espera n’Ele” (v. 7).
Amado irmão, não se inquiete com a prosperidade do ímpio. Há uma dupla razão para isso: a prosperidade do ímpio é passageira e o fim dele é indesejável. Levante a cabeça, olhe para cima, busque uma orientação nova para sua vida. O galardão e a felicidade aguardam os justos
Soli Deo Gloria
Rev. Romildo Lima de Freitas