Os presbíteros e diáconos devem, diariamente, trabalhar para o aperfeiçoamento do caráter. Vivemos em um contexto onde a liderança e a igreja estão sob suspeita. O mundo está observando suas ações. Quando ocorre deslize dos líderes e de suas respectivas igrejas, eles se tornam alvo de descrédito.
Vejamos quais são as qualificações morais que devem ser notórias na vida daqueles que almejam o presbiterato e o diaconato:

Ser irrepreensível – Na sua primeira carta a Timóteo 3.2, Paulo usou a palavra grega anepelemptos, que descreve uma pessoa incapaz de ser apanhada em falta. Porém em Tito 1.6 ele empregou o termo anegkletos, que significa sem mancha, sem culpa. João Calvino escreveu o seguinte: “O significado de ambos os termos consiste em que o bispo não deve ser estigmatizado por nenhuma infâmia que leve sua autoridade ao descrédito. Certamente que não se encontrará nenhum homem que seja eximido de toda e qualquer mancha; mas uma coisa é ser culpado de faltas comuns que não ferem a reputação de um homem, visto que os homens mais excelentes participam delas, e outra, completamente distinta, é ter um nome carregado de infâmia e manchado por alguma nódoa escandalosa.”
A exigência para que o presbítero e o diácono sejam irrepreensíveis, não significa que eles devam ser perfeitos, mas que vivam de forma coerente com a Fé cristã.

Esposo de uma só mulher – Ao longo dos anos essa qualificação moral teve as seguintes interpretações: 1) casado; 2) monógamo; 3) fiel à esposa; 4) casado uma só vez; 5) não divorciado. O apóstolo Paulo reconhecia que as pessoas solteiras tinham maior disponibilidade para o serviço do Senhor (1Co 7.32-35); por isso, certamente ele não excluiria os solteiros como candidatos ao presbiterato e diaconato. Também, quanto à interpretação de que um novo casamento, após a viuvez, desqualifica alguém para ser oficial na igreja não procede, pois, com a morte do cônjuge, rompem-se os laços conjugais (1Co 7.39). A interpretação mais coerente sobre o candidato ser esposo de uma só mulher é que ele deveria ser monógamo e fiel à esposa. No contexto em que Paulo vivia, a poligamia era muito comum tanto entre os judeus como entre os gentios. Não há registros de que, nas primeiras igrejas, existisse tal prática. Mas é possível que existissem maridos com mais de uma esposa, tendo em vista que conheceram o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo depois de casados com mais de uma mulher. O plano de Deus é que cada homem tenha apenas uma esposa (Mt 19.4-6).
É necessário, portanto, que aquele que almeja o presbiterato e o diaconato seja marido fiel de uma só mulher.

Justo – O termo grego aqui é dikaios, o qual aparece oito vezes em todo o Novo Testamento e transmite a ideia de retidão segundo as exigências da lei. Para o apóstolo Paulo indica que o presbítero deva ser reto em suas ações para com o próximo, mas para Juliano Heyse que se “trata de um cumpridor das leis, que não demonstra preferências e parcialidades…”
Quando o candidato ao oficialato é justo no seu relacionamento com o próximo, essa é uma das evidências de que ele será justo no exercício de suas atribuições. Portanto, aqueles que anelam o presbiterato e diaconato devem perseguir essas qualificações morais para que sirvam de modelo para todo o rebanho.

Seu pastor

Rev. Romildo Lima de Freitas

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