O apóstolo Paulo enviou a seguinte orientação à igreja que se encontrava na Galácia: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos” (Gl 6.9).

Parece que o gigante do desânimo tem contagiado muita gente. Observe algumas das frases mais comuns hoje em dia:

“Ai, gente, não tenho ânimo pra mais nada… Tô me sentindo tão desmotivada… Se eu pudesse, jogava tudo pra cima e fugia pra bem longe…; Estou tão triste, desanimado, sem vontade de orar e de buscar a Deus…; Desanimei com a vida… com tudo… Não tenho motivação pra nada…”

A palavra desanimar vem da negação de “animare”, que significa “dar alma, dar vida, dar movimento, dar entusiasmo, dar vivacidade”. Portanto, uma pessoa desanimada é aquela que perdeu a alma, o ânimo, o alento, o vigor, a coragem, a vontade de lutar.

Como surge o desânimo? Surge, antes de tudo, com a auto-ocupação. Uma pessoa se desanima porque fixa os olhos em si mesma, e faz todas as avaliações em termos de seus próprios recursos, suas próprias expectativas, seus próprios pontos de vista, seus próprios sonhos e anseios.

Há, na Bíblia, um punhado de exemplos de homens de fé que foram acossados pelo desânimo. Três deles, em especial, cativam nossa atenção, pois, num determinado momento, seu estado de desânimo era tão grande que a solução enxergada por eles foi a morte. E olhe que estamos falando de Moisés, Elias e Jonas!

Moisés, desanimado, desabafou diante de Deus: “Se é assim que vais me tratar, mata-me agora mesmo…” (Nm 11.15). Elias também, estando desanimado, entregou os pontos, “entrou no deserto, caminhando um dia. Chegou a um pé de giesta, sentou- se debaixo dele e orou, pedindo a morte: “Já tive o bastante, Senhor. Tira a minha vida; não sou melhor do que os meus antepassados. Depois se deitou debaixo da árvore e dormiu…” (1Rs 19.4,5). Jonas se desanimou tanto com a atitude de Deus salvando os ninivitas e retirando o seu conforto pessoal, que exclamou: “Para mim seria melhor morrer do que viver” (Jn 4.8).Quero usar o episódio em que Neemias e o povo estavam reconstruindo os muros da cidade de Jerusalém para nos ajudar a vencer o gigante do desânimo. Portanto, listarei cinco atitudes que podem nos ajudar:

1. Ore a Deus com fé – Ne 4.4,9: “Ouve-nos, ó Deus, pois estamos sendo desprezados. Faze cair sobre eles a zombaria. E sejam eles levados prisioneiros como despojo para outra terra. Não perdoes os seus pecados nem apagues as suas maldades, pois provocaram a tua ira diante dos construtores. […] Todos juntos planejaram atacar Jerusalém e causar confusão. Mas nós oramos ao nosso Deus […]”.

2. Continue agindo com fé – “Nesse meio tempo fomos reconstruindo o muro, até que, em toda a sua extensão, chegamos à metade da sua altura, pois o povo estava totalmente dedicado ao trabalho” (Ne 4.6).

3. Junte-se à família da fé – “Por isso posicionei alguns do povo atrás dos pontos mais baixos do muro, nos lugares abertos, divididos por famílias, armados de espadas, lanças e arcos. Fiz uma rápida inspeção e imediatamente disse aos nobres, aos oficiais e ao restante do povo: Não tenhais medo deles. Lembrai-vos de que o Senhor é grande e temível, e lutai por vossos irmãos, por vossos filhos e por vossas filhas, por vossas mulheres e por vossas casas” (Ne 4.13,14).

4. Encontre o equilíbrio da fé – O equilíbrio entre oração e trabalho, entre vigiar e orar, servir e trabalhar. “Quando os nossos inimigos descobriram que sabíamos de tudo e que Deus tinha frustrado a sua trama, todos nós voltamos para o muro, cada um para o seu trabalho. Daquele dia em diante, enquanto a metade dos meus homens fazia o trabalho, a outra metade permanecia armada de lanças, escudos, arcos e couraças. Os oficiais davam apoio a todo o povo de Judá que estava construindo o muro. Aqueles que transportavam material faziam o trabalho com uma mão e com a outra seguravam uma arma, e cada um dos construtores trazia na cintura uma espada enquanto trabalhava; e comigo ficava um homem pronto para tocar a trombeta” (Ne 4.15-18).

5. Ame com fé – Quando nos envolvemos no servir uns aos outros em amor, não há espaço para o desânimo. Ne 4.21-23: “Dessa maneira prosseguimos o trabalho com metade dos homens empunhando espadas desde o raiar da alvorada até o cair da tarde. Naquela ocasião eu também disse ao povo: Cada um de vós e o vosso ajudante deveis ficar à noite em Jerusalém, para que possais servir de guarda à noite e trabalhar durante o dia. Eu, os meus irmãos, os meus homens de confiança e os guardas que estavam comigo nem tirávamos a roupa, e cada um permanecia de arma na mão” (Ne 4.21-23).

Amado irmão, que o Eterno lhe conceda graça e poder para vencer, diariamente, o gigante do desânimo.

Seu pastor,

Rev. Romildo Lima de Freitas

 

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