Aproxima-se o dia da eleição/reeleição de presbíteros e diáconos: 25 de setembro. Recomenda-se que não sejam feitas campanhas, que não se formem grupinhos em torno de alguns nomes, pois é inconstitucional. Mas isso acontece, embora, quando da pública profissão de fé, seja feita a promessa de obediência às determinações da Igreja. Alguns assim agem no intuito de renovação de idade: desejam jovens, com pensamentos modernos. Por quê? Às vezes por insatisfação porque algumas verbas ou alguns eventos não condizentes com o cristianismo não foram liberados, etc. Perguntamos: O presbítero é para atender aos nossos anseios ou para zelar pela Casa de Deus? O dízimo é para tudo o que se pede? Não faz tantos anos, a maior parte do que se programava, como viagens, festejos, era custeada de nosso bolso. E ninguém reclamava.

O lema da IPB é realmente: “Uma igreja reformada, sempre se reformando.” Isso seria adaptá-la aos tempos atuais? Não. Reforma é o contrário: é conserto, é retorno às Escrituras. Devemos expurgar o que o mundo, sorrateiramente, introduz na Igreja.

O presbiterato deve ser uma aspiração. Deve-se sentir o chamado de Deus. Mas qual o significado do nome presbítero? Significa “ancião, idoso”. Sabemos que há jovens com pensamento velho e velhos com pensamento jovem. Mas um jovem não é um ancião; ainda lhe falta experiência de vida. Se a Bíblia determina a escolha de membros com mais idade, ao querermos alterar essa determinação não estaremos indo contra a vontade de Deus para satisfazer a nossa? Na falta de anciãos dedicados, competentes, aí, sim, a igreja elege membros menos maduros. Além disso, Paulo, em 1Tm 3.6, adverte que o presbítero não deve ser neófito, ou seja, não deve ser recém-convertido, para que “não se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo” (1Tm 3.6).

Muitos pensam que ser presbítero é apenas votar “sim” ou “não” nos pedidos apresentados. Mas é muito mais que isso. Existem diversas atribuições. Uma delas é que um dos presbíteros deve representar a Igreja na falta do pastor; devendo representá-la, também, em concílios, opinando sobre temas complexos e até polêmicos.

Algumas exigências para o cargo de presbítero: ter moderação, ser apto para ensinar, ser modesto, criar os filhos sob disciplina e respeito, não ser arrogante, não se irritar facilmente, ter domínio próprio (1Tm 3.2; Tt 1.7).

É aconselhável que o aspirante ao cargo conheça, aceite e defenda nossas doutrinas. Não precisa ser autoridade no assunto, mas deve estar ciente do necessário. Ele irá examinar, à profissão de fé, candidatos desta igreja e também os vindos de outras denominações às vezes com pensamentos opostos aos nossos. Se nossos líderes desconhecê-las, corremos também o risco de permitir que heresias adentrem nossos templos, que passemos a ser sincretistas ou até deixemos de ser Igreja Presbiteriana.

Quanto ao diácono, a Bíblia não diz que deva ser ancião. Esse cargo foi criado para assistência às viúvas e para servir às mesas (At 6.2). Ele deve ser de uma só palavra, não ganancioso e, assim como os presbíteros, governar bem seus filhos e sua casa. Deve, ainda, zelar pela Igreja, dar assistência aos necessitados, indo à casa deles levar o necessário e orar com eles. Deverá estar presente aos nossos trabalhos, não faltando a eles principalmente quando escalados, e até mesmo abrir e fechar o templo.

Esses dois cargos são gratificantes e de suma importância. Aprende-se muito ao exercê-los. Mas ocupá-los implica desprendimento, amor pelo trabalho de Deus. Não se deve ter o desejo de um título hierárquico, de possuir autoridade e domínio sobre o rebanho, mas de ser modelo para ele (1Pe 5.3), pois todos devem ser humildes e dispostos a servir.

Sendo assim, que não sejamos nós a escolhê-los, mas Deus. Sirvamos apenas como instrumentos d’Ele. Não coloquemos nossos interesses em primeiro lugar, mas dobremos os joelhos, pedindo ao Pai que seja feita a vontade d’Ele e não a nossa.

Roosevelt Silveira

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